Negrão vai ao Conselho Nacional do PSD... só depois de terminar plenário na AR
Conselho Nacional do partido começa às 17h no Porto, duas horas depois do início do plenário em Lisboa.
Corpo do artigo
O líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, confirmou esta quarta-feira que irá à reunião do Conselho Nacional do partido, no Porto, mas apenas depois de terminar o plenário na Assembleia da República.
"Irei obviamente à reunião do Conselho Nacional. Estarei na sessão plenária enquanto decorrer, logo que termine deslocar-me-ei ao Conselho Nacional", afirmou, questionado pelos jornalistas no parlamento, no final da sessão plenária de hoje.
O plenário na quinta-feira começa às 15h (e não deverá estender-se por muito mais de duas horas), precisamente com um projeto de resolução do PSD que recomenda ao Governo a implementação de um plano de contingência para o Brexit, e o Conselho Nacional arranca às 17h, no Porto.
Questionado como vê as críticas de deputados que acusam a direção de "falta de respeito" por marcar um Conselho Nacional à hora em que decorrem trabalhos parlamentares, Fernando Negrão respondeu com a possibilidade de serem justificadas as faltas.
"Há uma figura que se chama trabalho político que justifica ausências. Uma ida ao Conselho Nacional nestas circunstâncias é motivo de justificação", defendeu.
O líder da bancada do PSD disse não ter ainda feito a contabilidade das ausências no seu grupo parlamentar, mas manifestou a convicção de que "a bancada não ficará vazia" e escusou-se a pronunciar sobre a polémica à volta do método de votação da moção de confiança à direção de Rui Rio.
Antes, a deputada Paula Teixeira da Cruz tinha afirmado aos jornalistas que não iria ao Conselho Nacional por considerar "um desrespeito" a marcação da reunião em cima de trabalhos parlamentares.
Além disso, diz também não ter recebido convocatória, ao contrário do que é habitual, e criticou o procedimento feito nas últimas reuniões de separar os deputados sem direito a votos dos restantes.
"É uma desconsideração para com a Assembleia da República e a República", apontou.
Questionado se é aceitável que a moção de confiança seja votada de braço no ar, Teixeira da Cruz respondeu taxativamente.
"De maneira nenhuma, os estatutos do PSD preveem que quando haja um pedido -- que é potestativo, obrigatório, não está sujeito a votação -- de um mínimo de 14 conselheiros a solicitarem que o seja por voto secreto, deve ser respeitado esse requerimento", defendeu, acrescentando que seria também "uma tentativa de condicionamento".
O Conselho Nacional do PSD, órgão máximo do partido entre Congressos, discute e vota na quinta-feira uma moção de confiança à direção, pedida pelo presidente Rui Rio, depois de o antigo líder parlamentar Luís Montenegro ter desafiado o líder a convocar diretas antecipadas, assumindo que seria candidato.