PSD pede demissão do ministro da Saúde, Adalberto fala em "campanha eleitoral"
O ministro da Saúde desvaloriza o pedido de demissão feito pelo PSD que considerou que "a única atitude séria era a demissão hoje, aqui e agora". "Não é para levar a sério", responde Adalberto.
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Carregando no tom das críticas e aproveitando a tribuna parlamentar, o PSD, pela voz de Ricardo Baptista Leite aconselhou o ministro da Saúde a tomar a "única atitude séria" e demitir-se do cargo "face ao descalabro em que está instalado o Serviço Nacional de Saúde".
No retrato crítico do PSD, "o ministro da Saúde já não existe, é um mero delegado das Finanças", que tomaram "de assalto o Ministério da Saúde" e o "primeiro-ministro assiste impávido e sorridente à destruição progressiva dos serviços",disse o deputado Ricardo Baptista Leite.
"Os Srs. transformaram o Serviço Nacional de Saúde no Serviço Nacional da Doença", acusou o deputado que concluiu a intervenção com um apelo à mudança de Governo e ao apoio a um "governo do Partido Social Democrata", perante os apartes irónicos do PS e aplausos social-democratas.
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Ainda no hemiciclo, sem responder diretamente ao PSD, o ministro acusou os social-democratas de assumirem uma atitude de "catavento em pré-campanha eleitoral".
Depois, em declarações aos jornalistas, Adalberto Campos Fernandes desvalorizou o pedido do PSD.
"O Sr. deputado que fez este pedido estava em exercício de campanha eleitoral porque, no final da intervenção, fez o apelo ao voto no PSD. Acha que é para levar a sério?" ironizou o ministro da Saúde.
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"Eu respondo perante o primeiro-ministro e o país e a minha consciência é esta: eu não quero ficar associado a um Governo que não fez bem o seu trabalho pensando nas gerações futuras e que, para ser popular, resolveu dar o que não podia dar. Isso é irresponsabilidade política", defendeu Adalberto Campos Fernandes.
O ministro aconselhou "um exercício histórico analítico" de quantas vezes foi pedida a demissão de ministro da Saúde, nos últimos 20 anos.
"Eu até agora até estou, no ranking daqueles a quem foi pedida, a quem foi pedida menos vezes a demissão", disse Adalberto Campos Fernandes.
Esquerda avisa contra "negociações simuladas"
Ainda no debate, o PCP, autor do debate, avisou que "não são admissíveis mais adiamentos de negociações com os profissionais de Saúde".
"O Governo não pode continuar a adiar a negociação com as estruturas representativas dos trabalhadores", alertou a deputada comunista Carla Cruz.
A mesma reivindicação foi deixada pelo Bloco de Esquerda, lembrando que o Ministério da Saúde tem sido acusado de "fazer das negociações um simulacro". "A sua política começa a parecer-se em demasia com a política do anterior governo e isso é perigoso para o Serviço Nacional de Saúde "acusou o deputado Moisés Ferreira.
Do lado do CDS, a deputada Isabel Galriça Neto, voltou a dizer ao ministro Adalberto Campos Fernandes que "seja ministro da Saúde".
"Não precisamos que seja Centeno. E precisamos de um primeiro-ministro e de um ministro das Finanças que não o menorizem desta forma", sublinhou a deputada centrista.