O PSD manifesta-se "muito preocupado" com os contornos da alteração do contrato da TAP, dizendo que parecem "pouco transparentes" e "levantam dúvidas", e anunciou que vai requerer com urgência a ida do ministro das Infraestruturas ao Parlamento. PCP gostava que o governo tivesse ido mais longe.
Corpo do artigo
"O PSD está muito preocupado com os contornos deste negócio, que nos parece pouco transparente e, sobretudo, que nos deixa muitas dúvidas e vamos requerer com caráter de urgência a vinda do ministro Pedro Marques à comissão de Economia e Obras Públicas para explicar os contornos exatamente deste acordo e as muitas dúvidas que o mesmo suscita", afirmou o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD Luís Leite Ramos.
Luís Leite Ramos salientou que as dúvidas do PSD relativamente a este acordo se prendem, com a "posição do Estado, com o caráter e a natureza da empresa e ainda sobre os compromissos que o Estado assumiu perante os acionistas da Gateway e, por outro lado, sobre quais foram as contrapartidas que o Estado lhes proporcionou".
O CDS/PP também tem muitas reservas quanto ao acordo alcançado entre o Governo e os gestores privados da TAP.
Para o PCP, o governo do PS legalizou a ilegalidade da decisão tomada pelo anterior executivo. É assim que o Partido Comunista comenta o acordo que parte ao meio as ações e a administração da TAP.
O Bloco de Esquerda classificou hoje a reversão para o Estado do controlo de metade da transportadora aérea TAP como mero formalismo, pois "não defende completamente o interesse público, em termos de decisões estratégicas e de investimento futuros". Segundo Heitor de Sousa, "todos os direitos e poderes de decisão permanecem nas mãos do capital privado e há apenas uma recuperação aparente do controlo público" sobre a companhia aérea nacional.
Bruno Fialho, da Associação Peço a Palavra, diz estar satisfeito por considerar que o acordo vai no bom caminho. No entanto avisa que ainda não chega. A Associação Peço a Palavra, que tem combatido a privatização da TAP, quer garantias de um verdadeiro controlo por parte do Estado.
A associação mostra-se, ainda, preocupada com a suspensão de rotas, como aconteceu recentemente no aeroporto Sá Carneiro, no Porto. Em causa está a suspensão de quatro voos de médio curso do Porto para Bruxelas, Milão, Roma e Barcelona, a partir de 27 de março.
Já o líder da UGT considera que o Governo "tomou a opção mais correta" ao ficar com metade da TAP, porque assim a transportadora aérea serve os interesses do país e "continua como companhia de bandeira".
A UGT sempre defendeu que o estado deveria ficar com a maioria do capital. "O Governo acabou por conseguir negociar os 50% para o Estado português, eu julgo que a TAP continua como companhia de bandeira tendo o governo o direito a opção", disse Carlos Silva.