PSD quer SNS como "base", mas não descarta "setor social e privado para suprir necessidades"
O líder parlamentar do PSD lembrou que o setor social já manifestou disponibilidade para ajudar nas respostas
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Em contagem decrescente para a apresentação do programa de emergência para a Saúde que o Governo prometeu para os primeiros 60 dias, o PSD avança esta quinta-feira com um debate sobre o estado do setor, garantindo que o SNS deve continuar como base, mas deve ser aproveitada a capacidade do setor social privado. No programa da TSF Conselho de Líderes, o líder da bancada social-democrata, Hugo Soares, defendeu que o debate deve ser feito sem preconceitos.
"Este debate é um debate essencialmente político, por isso é que não tem sequer acoplado nenhuma iniciativa legislativa porque essa matéria compete especificamente ao Governo. Qual é o objetivo? O objetivo é nós finalizarmos o estado da arte, o Estado em que está ao Serviço Nacional de Saúde, e ouvirmos todos os partidos para que possam contribuir, porque há uma coisa que nós sabemos. O Serviço Nacional de Saúde deve ser acarinhado e é a base do sistema, mas não temos complexos ideológicos e por isso é que, sem preconceitos ideológicos, entendemos que devemos utilizar, devemos trazer para o Sistema Nacional de Saúde com mais força o setor que tem maior capacidade, que é o setor social e o setor privado para poder contribuir e suprir as necessidades do Serviço Nacional de Saúde. O importante é que as pessoas tenham os cuidados de saúde de que precisam e que não tenham de pagar por ele", explicou Hugo Soares.
O social-democrata lembrou que, por exemplo, o setor social já manifestou disponibilidade para ajudar nas respostas.
"Se nós temos os médicos, se nós temos a capacidade instalada, temos, de resto, até a capacidade infraestrutural instalada muitas vezes nessas misericórdias nas IPSS, eu pergunto: que complexo ideológico deve inibir um Governo de poder usar essa capacidade instalada?", questionou o líder parlamentar do PSD.
É um debate em que o PSD vai visar sobretudo Marta Temido, que desempenhou o cargo de ministra da Saúde e é agora a cabeça de lista do PS para as Europeias.
"Ao contrário do que Marta Temido dizia, que ouvia a internacional socialista todos os dias ao pequeno-almoço para se acalmar, era muito ideologicamente à esquerda e o Serviço Nacional de Saúde era a base de tudo. Ela destruiu o Serviço Nacional de Saúde e nunca houve os privados a ganharem tanto dinheiro com a saúde como nos últimos anos em Portugal. Exponenciou o número de portugueses com seguro de saúde. Depois da pré-falência de resposta do Serviço Nacional de Saúde liderado tantos anos por Marta Temido, que já agora apresenta-se sem qualquer responsabilidade como cabeça de lista do Partido Socialista ao Parlamento Europeu. O Serviço Nacional de Saúde precisa de ser salvo", acrescentou.