PSD/CDS/PPM vencem nos Açores. Bolieiro quer governar com "maioria relativa" e recusa ceder a "chantagens"
O "número mágico" para atingir uma maioria absoluta nos Açores era de 29 deputados, mais três do que os conseguidos pela coligação PSD/CDS/PPM.
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A coligação PSD/CDS/PPM, liderada por José Manuel Bolieiro, conquistou 26 mandatos e ficou a três de garantir uma maioria absoluta, mas infligiu a primeira derrota em legislativas regionais ao PS/Açores desde 1996.
Os socialistas foram precisamente os segundos mais votados, ao elegerem 23 deputados, mas não têm forma de garantir, com qualquer outro partido, uma maioria governativa à esquerda.
Quem quer fazer parte de uma maioria é o Chega, cujo líder nacional André Ventura veio a público sublinhar que, sem um "acordo governativo", não há estabilidade garantida no arquipélago. Numa primeira resposta, nem Montenegro, nem Bolieiro alimentaram a ideia.
O Bloco de Esquerda foi um dos derrotados da noite - com a própria coordenadora, Mariana Mortágua, a reconhecer que o partido não conseguiu o que queria -, e perdeu o grupo parlamentar nos Açores, vendo-se reduzido a um deputado único, quando tinha dois.
A IL viu a sua votação crescer ligeiramente e segurou o seu deputado único, tal como o PAN/Açores.
Questionado sobre se sente confortável para governar, e em que moldes, Bolieiro confessa que preferia "uma maioria estável de governação e uma maioria parlamentar com o máximo de mandatos, absoluta", mas aponta que a vontade do povo "foi inequívoca" ao escolhê-lo face a Vasco Cordeiro e que lhe assegurou "uma maioria relativa", cabendo agora a cada assumir as responsabilidades que daí surgem.
"O PS liderou uma coligação negativa", acusa, "e foi derrotado", pessoalizando em Vasco Cordeiro.
Questionado sobre se vai procurar a estabilidade junto do PS ou do Chega, Bolieiro respondeu que a sua missão é agora liderar "esta maioria".
Sobre o Chega, garantindo ser "cristalino", reforça que "não há margem para dúvidas" de que tem o povo "do seu lado" e de que a coligação "não pode ser alvo de chantagens"
Rui Rocha salienta o crescimento das ideias liberais nos Açores e considera positivo continuar na Assembleia Regional dos Açores.
"É uma derrota da esquerda. O PS tem um resultado inédito nas últimas três décadas", disse o líder liberal em reação aos resultados finais nos Açores.
Quanto a um eventual entendimento com a coligação vencedor, Rui Rocha diz que vai ser avaliado caso a caso, mas refere que a decisão está do lado da autonomia do partido nos Açores.
O presidente do PSD, Luís Montenegro, considera que a única possível alternativa ao um governo da coligação PSD/CDS/PPM é se o PS e o Chega se coligarem, acreditando que a AD tem condições para governar durante quatro anos.
"Quero de uma forma muitíssimo especial cumprimentar todos aqueles que se candidataram, de forma especial os elementos das listas da coligação PSD/CDS/PPM e de forma especialíssima José Manuel Bolieiro", começou por dizer Luís Montenegro.
Depois de enumerar várias medidas que considera meritórias do último governo liderado por José Manuel Bolieiro, o líder nacional do PSD diz que é uma honra que o líder do PSD/Açores ponha os interesses de todos os açorianos à frente de tudo, mesmo dos interesses do partido: "O homem da noite não sou eu. O homem da noite é José Manuel Bolieiro."
"Estes resultados configuram uma situação política que dá a esta coligação condições de governabilidade nos próximos quatro anos. Não obstante não haver maioria absoluta, só pode haver um governo alternativo a este se todas as outras forças políticas e em particular duas, o PS e o Chega, se unirem e coligarem", diz Montenegro.
"Na passada semana, nós recebemos a notícia de uma sondagem que dava como previsão de resultado a vitória do PS. A realidade vivida em cada secção de voto deu um desfecho completamente diferente. Não foi uma questão de pormenor. Do lado do PSD, nós vamos continuar o caminho que nos levará à vitória eleitoral também a 10 de março. É minha convicção de que há muitos líderes políticos a falar uns para os outros. Esta coligação ganhou porque nós falámos para as pessoas, para os açorianos", analisou Luís Montenegro, antes de concluir a dizer que a Aliança Democrática nacional vai fazer o mesmo.
Pelo Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua assinalou que o partido "não cumpriu o seu objetivo nestas eleições" ao não conseguir derrotar "uma maioria direita" e ao perder o grupo parlamentar, uma vez que ficou com apenas um deputado e não com os dois que trazia para este domingo.
Questionada sobre se teme que estes resultados nos Açores se repitam nas legislativas nacionais, Mortágua apontou que os Açores são autónomos e que é preciso "respeitar as escolhas dos açorianos sem tirar daqui qualquer ilação".
"Os contextos não são sequer parecidos, sempre recusámos tirar conclusões nacionais de eleições regionais", sublinhou.
O presidente do PSD Açores, José Manuel Bolieiro, assume-se "feliz e alegre" pela vitória alcançada e pela "responsabilidade" de continuar a governar os Açores e felicita os eleitores açorianos por, em 2024, se terem mobilizado para votar.
"Por isso diminuímos a abstenção e fizemos em todas as mesas de voto uma votação serena e organizada. Muito obrigado", apontou, vendo a participação como um reforço da democracia nos Açores.
O ainda primeiro-ministro, António Costa, utilizou as redes sociais para informar já ter felicitado o líder da coligação vencedora nos Açores, José Manuel Bolieiro.
"Felicitei José Manuel Bolieiro pela vitória nas eleições regionais dos #Açores, com votos das maiores felicidades a bem da Região e dos açorianos", escreveu no Twitter.
Costa também promete colaboração: "O Governo Regional dos Açores continuará a contar com a minha colaboração institucional e do Governo da República."
O líder do PSD/Açores e o líder nacional do partido chegam à sede de campanha do partido nos Açores.
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, agradece a Vasco Cordeiro "todo o empenho" na luta pelos Açores e elogia-o como um "quadro de grande prestígio e grande valor nacional", pelo que continuará "a contar com ele".
O socialista dá também os parabéns à coligação PSD/CDS/PPM, que venceu as eleições, e a José Manuel Bolieiro, prometendo continuar ao lado dos açorianos, que o PS "tem no coração".
Questionado sobre se o PS deve viabilizar um governo de direita nos Açores, Pedro Nuno Santos diz ser necessário "esperar pelas decisões dos órgãos regionais" do partido no arquipélago, "com a certeza de que será uma boa decisão".
Sobre 10 de março, o socialista garante que o partido continua "focado numa vitória" nas legislativas e "com a mesma motivação".
"Não podemos extrapolar a realidade açoriana para a realidade nacional", aponta.
O líder socialista nos Açores, Vasco Cordeiro, elogia a forma "ordeira" como as eleições decorreram nos Açores e agradece a "confiança" em si depositada por quem votou no PS nestas eleições regionais, revelando que já telefonou a José Manuel Bolieiro para os parabenizar.
"Os resultados destas eleições são claros e evidentes na demonstração de que a minha candidatura não alcançou o que se desejava" e Cordeiro reconhece que fica "aquém" do que procurava, deixando elogios à equipa socialista "altamente mobilizada" no arquipélago.
Questionado sobre se se mantém na liderança do PS/Açores, responde que essa é um assunto para outro momento e que a reflexão será feita no "tempo e local próprio".
Sobre se está aberto a negociar com a coligação PSD/CDS/PPM que venceu as eleições, remete também o assunto para outro momento.
A Aliança Democrática venceu as eleições regionais dos Açores, mas não chegou à maioria absoluta, ficando dependente do Chega.
Com todos os votos contados, a coligação PSD/CDS/PPM obteve 42,08%, o que resulta em 26 deputados, ficando aquém dos necessários para uma maioria absoluta. O PS teve 25,91% dos votos e 23 mandatos.
O Chega foi o partido que mais cresceu, conseguindo cinco deputados relativos a 9,19% dos votos. Bloco de Esquerda (2,54%), IL (2,15%) e PAN (1,65%) conseguem um deputado cada. A CDU (1,58%) e o Livre (0,64%) não conseguiram eleger qualquer deputado.
O mesmo acontece com os partidos mais pequenos: JPP (0,54%), ADN (0,33%) e a coligação MPT/Aliança (0,00%).
A abstenção fica nos 49,67% e houve 2,18% de votos em branco e 1,22% de votos nulos.
O líder do PCP, Paulo Raimundo, fala de um resultado que ficam "aquém do necessário" e queixa-se de "discriminação e silenciamento" da CDU nestas eleições regionais, acusando PS e PSD de apostarem numa "bipolarização forçada" contra o "perigo da ingovernabilidade" representado pelo Chega.
O líder do Chega, André Ventura, aponta que o seu partido "mais do que duplica" o resultado eleitoral nos Açores, isto num momento em que os resultados ainda não estão fechados, e que "o PS e a esquerda não terão maioria parlamentar", algo que justifica com o "crescimento exponencial" do partido.
"A AD regista o mesmo número de votos que PSD e CDS, em separado, obtiveram em 2020, registando por isso um nulo ou não significativo crescimento", analisa também o líder partidário, que realça que o Chega será "o partido decisivo na governação dos Açores ao longo dos próximos quatro anos".
Ventura já felicitou o presidente do Chega/Açores e toda a equipa do partido e, repetindo a ideia de que o partido será "fundamental", revela que vai trabalhar "em conjunto com o PSD" para garantir um Governo "para quatro anos, com estabilidade".
Os açorianos "sabiam que só um acordo governativo garantiria a estabilidade" e Ventura sublinha que só esse cenário garante que pode haver um Governo no arquipélago. O processo de negociações, avisa desde já, poderá ser "demorado" e levará "mais do que dois ou três dias".
O Chega diz que o PSD "só tem duas escolhas: ou o PS, ou um entendimento à direita, com o Chega" e, neste último caso, Ventura só admite "um acordo governativo".
"A única hipótese de Governo é entre PSD e Chega", insiste o líder nacional do partido, que quer começar a trabalhar no assunto "já amanhã".
Questionado sobre se a AD poderá governar sozinha, Ventura aponta que os partidos da coligação já tiveram essa oportunidade e que "correu mal".
Desafiado a fazer uma leitura nacional deste cenário político, o líder do Chega separa o país da realidade açoriana, mas deixa a ideia de que o Chega "é o único partido que cresce" e que, a 10 de março, terá um papel fundamental na governação do país.
O líder os CDS-PP, um dos partidos da coligação vencedora das eleições nos Açores, considera que os resultados destas eleições regionais vão ter o mesmo efeito nas legislativas e nas europeias.
"Este é o primeiro ato de um ciclo longo de muitos desafios eleitorais. Felizmente correu tudo bem. A AD está motivada e aquilo que aconteceu nos Açores terá tradução nas legislativas e nas europeias", argumenta Nuno Melo, a partir da sede do partido em Vila Nova de Gaia.
O líder centrista diz que estes resultados mostram que a AD "é um projeto de país", já que é "ativo que agrega e soma muito além da realidade dos partidos".
"Estas eleições são um estímulo muito grande para o que vai acontecer a 10 de março. Só concentrando os votos na AD é possível garantir uma alternativa credível e estável ao PS e a estes oito anos que deixaram o país a marcar passo", atira em tom de campanha para as legislativas.
Assim, Nuno Melo deixa alfinetadas aos socialistas: "A esquerda, e em particular o PS, sofreram uma derrota muito significativa, o que significa que as sondagens não vencem eleições. O que vence eleições são os projetos políticos e isso ficou nítido nos Açores."
Sem referir o Chega, que passou a ser a terceira força política nos Açores, o líder do CDS-PP encosta o partido de André Ventura ao de Pedro Nuno Santos. "O crescimento dos populismos só favorece o PS. Portugal precisa de credibilidade e mudança muito mais do que protestos", refere.
No local de reunião da campanha da coligação de PSD/CDS/PPM nos Açores tenta-se perceber se ainda é possível garantir a maioria absoluta.
Nos corredores, o número 27 - de 27 mandatos, menos dois do que os necessários para a maioria - é dado como certo.
De qualquer forma, Luís Montenegro e José Manuel Bolieiro só discursam quando as contas estiverem fechadas.
Na ilha Terceira, que atribui dez mandatos, a coligação PSD/CDS/PPM conquistou cinco deles com uma votação de 43,57%.
Segue-se o PS, com 37,10%, que valem quatro mandatos, e o Chega, que elege um deputado com 8,10%.
A IL consegue 2,44%, o BE 2,29%, o PAN 0,97%, a CDU 0,75%, a ADN 0,49%, o Livre 0,37% e o JPP 0,29%.
Houve 702 (2,53%) votos em branco e 307 (1,11%) nulos.
Na ilha do Faial, a coligação PSD/CDS/PPM venceu com 48,23% da votação e elegeu dois deputados, os mesmos que o PS, com 32,34%.
CDU, Chega, BE, PAN, IL, Livre, JPP e ADN, por esta ordem, fecham a votação, mas não elegem.
Houve 198 votos em branco e 51 nulos.
O Partido Socialista foi o mais votado na ilha das Flores, com uma vantagem importante para a coligação PSD/CDS/PPM. Os socialistas obtiveram 41,76% dos votos, enquanto a coligação não foi além dos 30,62%.
Assim, o PS elegeu dois deputados e a coligação PSS/CDS/PPM apenas um.
Entre os outros partidos, a CDU teve 12,94%, o Chega teve 7,80%, o JPP teve 1,07%, o Bloco de Esquerda ficou nos 0,82%, o PAN nos 0,68%, o Livre nos 0,53% e o ADN nos 0,29%.
Houve 2,71% de votos em branco e 0,78 de votos nulos. A abstenção foi de 32,99%.
A coligação PSD/CDS/PPM venceu na ilha do Pico, mas a nível de atribuição de mandatos houve um empate com o PS.
A coligação obteve 47,52% dos votos, contra os 37,74% do PS. Ainda assim, ambos elegeram dois deputados cada.
O Chega foi a terceira força política, com 4,38%, à frente de Bloco de Esquerda (1,93%), Iniciativa Liberal (1,65%), CDU (1,22%) e PAN (1,08%). Abaixo do 1% ficaram o Livre, com 0,25%, e o ADN, com 0,16%.
Em branco votou 3,25% dos eleitores e 0,82% dos votos foram considerados nulos. Dos eleitores inscritos, 45,19% não votaram.
O Chega consegue o primeiro mandato da noite pela ilha de São Miguel: é José Eduardo da Cunha Pacheco.
Na ilha de Santa Maria, o PS elege dois deputados com 41,51% dos votos face aos 34,26% da coligação PSD/CDS/PPM, que elege um.
BE, Chega, IL, CDU, PAN, Livre, ADN, MPT/Aliança e JPP, por esta ordem, fecham a votação.
Houve 75 votos em branco e 32 nulos.
A coligação PSD/CDS/PPM venceu as eleições na ilha de São Jorge com uma larga vantagem para o PS. Social-democratas, centristas e monárquicos conseguiram 52,22% dos votos, perante os 28,83% dos socialistas.
A CDU foi a terceira força política, com 5,15%, seguido de Chega (3,72) e Iniciativa Liberal (3,54%). O Bloco de Esquerda (0,81%), o ADN (0,59%), o PAN (0,59%) e o Livre (0,34%) ficaram abaixo do 1%.
A nível de mandatos, a ilha atribui apenas três: dois foram para a coligação PSD/CDS/PPM e um fica no PS.
Votaram em branco 1,56% dos eleitores e houve 1,64% de votos nulos. A abstenção ficou nos 43,17%.
A secretária geral do Chega/Açores, Olivéria Santos, já canta vitória e considera que nestas eleições "quem sai vitorioso é definitivamente o Chega".
"Há três anos tínhamos 5% e nesta projeção podemos ir entre os 8 e os 13%, por isso mais do que duplicamos. Somos o terceiro partido mais votado", disse a dirigente açoriana do Chega na primeira reação à projeção da Católica para a RTP..
Olivéria Santos está confiante de que o partido terá mais do que quatro deputados.
Na ilha Graciosa, a coligação PSP/CDS/PPM conquistou 46,23% dos votos, o que lhe vale dois mandatos.
O PS surge logo atrás, com 43,68% e a eleição de um único deputado.
Chega, PAN, IL, BE, CDU, Livre e ADN, por esta ordem, fecham a ordenação sem eleger qualquer deputado.
Houve 65 votos em branco e 24 nulos.
Na ilha do Corvo, onde os votos são apurados numa única freguesia, o PS venceu com 53,42%, batendo a coligação PSD/CDS/PPM, que conseguiu 39,74 % da votação.
Os valores valem a eleição de um deputado a cada força política.
A CDU foi a terceira força mais votada, seguida de Chega e ADN.
BE, Livre e PAN não conseguiram qualquer voto.
Houve seis votos em branco e dois nulos.
Pouco depois das 21h00 (20h00 nos Açores), já mais de 50% dos votos estavam contados, com a coligação PSD/CDS/PPM em vantagem. O PS aparece a cinco pontos percentuais, enquanto o Chega assume-se como terceira força política.
Até ao momento, já havia cinco mandatos atribuídos: três para a coligação e dois para o PS.
Acompanhe aqui a contagem oficial de votos.
Os primeiros dois deputados eleitos para a Assembleia Legislativa Regional dos Açores foram Paulo Estêvão, da coligação PSD/CDS-PP/PPM, e Lubélio Mendonça, pelo PS, segundo os resultados provisórios da Secretária-Geral do Ministério da Administração Interna.
Paulo Estêvão, líder do PPM/Açores, e Lubélio Mendonça foram eleitos pelo círculo do Corvo, quando estavam 62 das 156 freguesias apuradas, poucos minutos antes das 21h00 (20h00 nos Açores).
Acompanhe aqui e na antena da TSF todas as leituras, reações e comentários aos resultados da noite eleitoral.
Com 14,74% dos votos contados, a coligação PSD/CDS/PPM conta com uma vantagem já importante de seis pontos percentuais sobre o PS.
O Chega aparece como terceira força política, com vantagem sobre a CDU. IL e BE aparecem entre os 1% e 2%, com o PAN abaixo de 1%.
Pode acompanhar aqui a contagem oficial dos votos.
Foi pelas 19h00 locais (20h00 em Lisboa) que terminou a janela de votação para as eleições regionais dos Açores.
Um total de 229.830 eleitores, mais 828 do que no sufrágio de 2020, estava inscrito para escolher os 57 deputados da Assembleia Legislativa Regional.
O porta-voz da Comissão Nacional de Eleições afirmou este domingo à Lusa que as eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores decorreram sem qualquer incidente e "dentro do melhor espírito cívico".
"As eleições decorreram sem incidentes, sem problemas, dentro do melhor espírito cívico e sem nada que perturbasse o ato eleitoral", afirmou Fernando Anastácio, em declarações à agência Lusa.
Pelo PS, o vice-presidente do PS/Açores, Berto Messias, saudou a tendência de diminuição da abstenção e defende que, perante os dados da projeção da Católica para a RTP, "está tudo em aberto".
O socialista aponta que a recolha de informação foi centralizada nas ilhas de São Miguel e da Terceira, "deixando sem recolha de informação as restantes ilhas, o que para nós é um dado muito relevante".
Questionado sobre os intervalos máximos previsíveis, que não permitem uma maioria parlamentar aos partidos de esquerda, Berto Messias recusa fazer uma análise "prematura", até porque "não é claro que haja uma maioria consolidada da parte da coligação".
Assim, o PS guarda uma declaração final para quando forem conhecidos "todos os resultados".
Por outro lado, e recusando ser "hipócrita", o socialista reconhece que os dados preliminares não são "tendencialmente positivos" para o PS.
O partido quer ainda conhecer com maior pormenor os resultados nas "ilhas ímpares", as que elegem deputados num número ímpar.
Luís Pereira, porta-voz do PSD, considera que as projeções "deixam em aberto a composição da Assembleia, com clara vantagem para o PSD, o CDS e o PPM".
"A acreditar nos resultados desta projeção, os açorianos voltaram a dizer aquilo que disseram em 2020: não querem um governo socialista", disse o social-democrata na primeira reação do partido.
Ainda assim, Luís Pereira pede que se espere pelos resultados finais, garantindo que, a haver, os contactos com outros parceiros só acontecerão nessa altura.
A projeção da Universidade Católica para a RTP dá a vitória nas eleições regionais dos Açores à coligação PSD/CDS-PP/PPM
PSD/CDS-PP/PPM: 40% a 45% - 25 a 31 mandatos
PS: 32% a 37% - 19 a 25 mandatos
Chega: 8% a 11% - 4 a 8 mandatos
IL: 1% a 3% - 0 a 1 mandato
BE: 1% a 3% - 0 a 1 mandato
PAN: 1% a 3% - 0 a 1 mandato
CDU: 1% a 3% - 0 a 1 mandato
A abstenção ficará entre os 44% e os 50%.
A afluência às urnas nas eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores foi de 34,84% até às 15h00 (hora local, menos uma do que em Lisboa), segundo os dados oficiais.
Em 2020, foram divulgados os dados da afluência às urnas até às 16h00, e não até às 15h00, como este ano.
Nesse ano, até às 16h00, a afluência tinha-se ficado pelos 32,54%, sendo que, quatro anos antes, à mesma hora, tinha sido ainda mais baixa, situando-se nos 29,29%.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) considerou este domingo que as declarações do presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, não extravasam "de forma intolerável os limites da lei", mas advertiu o candidato para se abster de comentários semelhantes.
"O teor das respostas, no contexto da insistência das perguntas que foram feitas, não extravasa de forma intolerável os limites admitidos por lei, advertindo-se, todavia, o candidato para que se abstenha de comentários semelhantes até ao fecho das urnas", refere a deliberação da CNE à queixa do PS/Açores, à qual a agência Lusa teve acesso.
O PS/Açores fez hoje queixa à Comissão Nacional de Eleições (CNE) contra o presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, candidato ao cargo pela coligação PSD/CDS-PP/PPM, alegando violação da proibição de propaganda no dia das eleições regionais.
A queixa, enviada à CNE pelo diretor da campanha do PS/Açores, Berto Messias, aponta a "violação da proibição de propaganda no dia da eleição e no perímetro de 500 metros da assembleia de voto", e tem por base o teor das "declarações proferidas em direto para diversos canais televisivos" por parte de José Manuel Bolieiro, cabeça de lista pelo círculo de São Miguel, após ter exercido o direito de voto.
O presidente do PSD/Açores votou pelas 11h15 locais (12h15 em Lisboa), na biblioteca da freguesia da Fajã de Baixo, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, onde funciona a secção de voto n.º2.
"Eu fiz uma votação tranquilo, com uma boa organização da mesa, com as novas metodologias facilitadoras da procura no caderno eleitoral", disse José Manuel Bolieiro.
"Tenho estado, por contacto telefónico, a saber como estão a acontecer as eleições em várias mesas de votos, e tenho recebido notícia de boa afluência. Felizmente esta manhã o tempo está bom", acrescentou.
Bolieiro deixou ainda o apelo: "Tenho estado, por contacto telefónico, a saber como estão a acontecer as eleições em várias mesas de votos, e tenho recebido notícia de boa afluência. Felizmente esta manhã o tempo está bom."
Artur Lima está confiante numa maior participação da população nas eleições legislativas regionais, apelando a que os cidadãos exerçam o seu dever cívico.
"Eu julgo que, este ano, a abstenção vai ser menor e que a população vai participar muito mais, não digo massivamente, porque não será o caso. Infelizmente, as pessoas estão descrentes da política", afirmou o líder do CDS-PP/Açores, em declarações à Lusa.
"Eu venho sempre votar por esta hora. Noto que havia pessoas em todas as mesas de voto, enquanto que há três anos isso não acontecia", avançou.
O líder do CDS-PP nos Açores apelou, ainda assim, a que as pessoas "participem no ato eleitoral", vincando que o povo tem "o dever cívico de votar, de escolher e de responsabilizar".
Bom dia. Abrimos este liveblog para acompanhar as eleições nos Açores.
Os açorianos vão às urnas mais cedo, numas eleições antecipadas após o Orçamento Regional para 2024 ter sido chumbado e a Assembleia da Região Autónoma dissolvida.
O líder do BE/Açores considerou este domingo fundamental que os açorianos digam o que querem nas legislativas regionais, bem como nas nacionais e europeias, e apelou ao voto num dia de sol em Ponta Delgada.
António Lima, que exerceu o seu direito de voto na vila das Capelas, no concelho de Ponta Delgada, pediu que os votantes "não deixem nas mãos de outros a sua decisão do que querem para o futuro" e garantam "que a democracia é valorizada, sabendo que ela nunca é totalmente garantida".
Num dia de condições atmosféricas favoráveis, o candidato pelo círculo eleitoral de São Miguel e pela compensação admitiu que a abstenção "é um problema que existe na democracia", sendo necessário que "as pessoas exerçam o direito de voto, não fiquem em casa".
Questionado sobre se as convulsões políticas e democráticas em curso no país não potenciam a abstenção, António Lima disse esperar que "seja o contrário: Essas legislaturas que não terminaram tanto a nível nacional como regional, e todos os problemas que têm existido, se traduzam num alerta que é preciso efetivamente votar e participar na democracia".
António Lima considerou que, se o voto no BE não se traduzir pela manutenção dos dois deputados eleitos em 2020, não haverá mexidas na liderança porque o partido "não funciona desta forma, não se tratando as vitórias como de uma pessoa só como não se trata os resultados menos positivos ou a derrotas como uma pessoa só".
Até às 11h00 (12h00 em Lisboa), a afluência dos eleitores açorianos às urnas foi de 13,77%, de acordo com os dados oficiais divulgados pela Direção Regional da Organização, Planeamento e Emprego Público.
Trata-se de uma afluência às urnas superior à que foi registada, pela mesma hora, nas últimas eleições regionais dos Açores, em 2020, quando tinham votado 9,16% dos eleitores. Verifica-se, pelo menos para já, um aumento do número de açorianos a participar no sufrágio.
O candidato e deputado único do Chega, José Pacheco, foi um dos primeiros a chegar para votar.
Em declarações aos jornalistas, José Pacheco reforçou que já se mostrou disponível para eventuais acordos, mas “hoje é dia de festa e de abrir garrafas de champanhe”.
“A partir de amanhã começamos a conversar”, disse.
As 291 secções de voto para as eleições legislativas regionais dos Açores abriram hoje às 08h00 e vão encerrar às 19h00 locais (mais uma hora em Lisboa).
"Em função do registo informativo que dispomos, não houve incidentes a reportar no que se refere à abertura das urnas. Portanto, as eleições estão a decorrer com toda a normalidade", declarou à Lusa Fernando Anastácio, porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE).