O discurso de Rui Rio no encerramento do 37.º Congresso do PSD focou-se no país.
Corpo do artigo
Rui Rio apontou, o fortalecimento da classe média como "o principal foco de ação" de um partido social-democrata, a par do combate à pobreza.
TSF\audio\2018\02\noticias\18\judith_menezes_sousa_rui_rio_16h
"Temos de ser ambiciosos e criar cada vez mais riqueza, mas temos também de ter a grandeza de só distribuir o que sabemos que é verdadeiramente sustentável - caso contrário estaremos a enganar as pessoas e a repetir os graves erros do passado", avisou no discurso de encerramento do 37.º Congresso do PSD.
Um apelo ao diálogo: "Não é preciso inventar diferenças"
Rui Rio prometeu uma "cooperação institucional séria e leal" ao Presidente da República e lembrou a importância do "diálogo entre partidos" e os "entendimentos em matérias de soberania", como a política externa, forças armadas ou política europeia.
"Há reformas importantes que o país já deveria ter feito e que apenas conseguirá levar a cabo se todos fizermos um esforço nesse sentido", disse.
Para o líder social-democrata, "é salutar evidenciar e explicar" as diferenças entre os partidos nas disputas eleitorais, mas exagerar nessas diferenças é "prejudicar o interesse nacional". "Não é preciso inventar diferenças, as que existem já são suficientemente marcantes".
Governo de Costa é "incapaz" e está "amarrado"
"O atual Governo - ao estar amarrado aos seus compromissos com a esquerda adversária da iniciativa privada, aliada do aumento da despesa e do endividamento público, avessa a uma política promotora da poupança, crítica da União Europeia, inimiga da moeda única e contrária à nossa presença na NATO - é um Governo incapaz de conseguir governar tendo o futuro como prioridade nacional", condenou.
Para o novo presidente do PSD, o atual Governo tem apostado em ter o consumo como motor do crescimento, o que considerou errado, defendendo como alternativa as exportações e o investimento.
Um desafio aos partidos e parceiros sociais
Sobre Segurança Social, Rui Rio defendeu a urgência de uma reforma que confira "justiça, racionalidade económica e sustentabilidade" ao sistema, salientando que é preciso "atuar enquanto é tempo".
"É este o desafio que o PSD faz ao Governo, aos demais partidos e aos parceiros sociais", afirmou, pedindo que se garanta a "equidade e solidariedade intergeracional".
"As receitas provenientes da TSU - cujas taxas são altíssimas e pouco ajudam à criação de emprego - não são suficientes para financiar todas as despesas", afirmou, acrescentando ser "imprescindível pensar globalmente o sistema, as suas prioridades e os efeitos que se pretendem sobre a economia.
Descentralizar é preciso
"Os países mais atrasados são aqueles que tudo concentram e tudo centralizam. Os países desenvolvidos são os que mais se descentralizam e menos concentram", defendeu, questionando a necessidade de todos os institutos públicos terem a sua sede em Lisboa.
"Um país mais equilibrado territorialmente é compatível "com uma melhor e mais rigorosa gestão da despesa pública", lembrando que "quem trouxe a dívida pública para os patamares da irresponsabilidade foi a administração central".
Sem nunca falar em regionalização, Rio avisou que se for para "gastar muito e mal", mais vale nada mudar na administração do território. "Se quisermos os dinheiros do Estado melhor geridos e mais controlados, teremos de mudar de vida", apelou.