Augusto Santos Silva garante que o Partido Socialista não irá contribuir para a instabilidade do país.
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O ainda presidente da Assembleia da República garantiu esta terça-feira, em declarações à TSF, que qualquer moção de rejeição a um futuro Governo de Luís Montenegro não vai contar com o apoio do PS.
“Há uma maioria de direita no parlamento composta por forças que tiveram como objetivo durante a campanha eleitoral retirar os socialistas do Governo e esse objetivo foi conseguido", começa por dizer Augusto Santos Silva.
"Portanto, essas forças têm que assegurar agora uma solução política para o país. Da parte do PS, o secretário-geral já exprimiu com clareza qual é a sua posição: respeitamos e aceitamos com humildade democrática o veredicto popular e lideraremos a oposição", acrescentou.
Augusto Santos Silva sublinhou ainda que o PS não contribui "para a instabilidade política" e, como tal, "qualquer moção de rejeição que venha a ser apresentada no Parlamento contra o Governo (...) não contará com o apoio do PS."
Para o presidente da Assembleia da República, é preciso que o PS e o PSD coloquem os interesses do país em primeiro lugar: "Muita humildade, ponderação, prudência e muito sentido de Estado, que é o que não está a faltar já há uns tempos em Portugal.”
Questionado sobre se acredita que a próxima legislatura vai durar até ao final do mandato, Augusto Santos Silva não sabe responder, argumentando que "o PS teve uma maioria nas eleições de 2022, constituiu um Governo e essa maioria parlamentar funcionou de forma coesa e até que se colocou um problema extra político".
O socialista acredita que o Presidente da República irá convidar Luís Montenegro a formar Governo, sublinhando que o eleitorado castigou o PS. No entanto, Augusto Santos Silva deixou o aviso: "É muito importante para a democracia portuguesa continuar nas mãos de forças moderadas e democráticas."
"O PSD não dispõe de maioria no Parlamento, nem sozinho, nem em coligação com o CDS ou mesmo com a Iniciativa Liberal. O PSD tem que ter a largueza de espírito para perceber que pontos do seu programa não pode concretizar, porque são pontos que contariam com a oposição firme do restante arco parlamentar”, notou.
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