No espaço da TSF "A Opinião", Francisco Louçã defendeu o direito à liberdade de cada um fazer uma escolha consciente, comprovada e pensada sobre a sua própria morte.
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Francisco Louçã considera que é essencial que as pessoas que têm doenças dolorosas e incuráveis possam decidir, com consciência e maturação, se querem morrer. No comentário semanal no espaço da TSF "A Opinião", o antigo líder do Bloco de Esquerda abordou a despenalização da eutanásia, que estará em cima da mesa na Assembleia da República, na próxima semana.
O comentador afirma que é sem surpresa que se verifica que o "conservador" PCP e o "reacionário" CDS-PP estão contra a legalização da morte assistida, que é apoiada, em larga escala, pelo Bloco de Esquerda e pelo PS. Já o PSD encontra-se dividido, no entanto, o presidente dos sociais-democratas, Rui Rio, é um dos nomes a favor da medida.
Louçã nota ainda que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já declarou que não levará a questão para revisão constitucional - considerando que a legalização da eutanásia não se prende com questões constitucionais.
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Francisco Louçã lamenta que, entre os doentes que deveriam ter cuidados paliativos, "não cheguem a 10%" aqueles que realmente têm acesso aos mesmos.
O bloquista ressalva, no entanto, que os cuidados paliativos "são uma forma de aliviar pessoas em situações muito difíceis, mas utilizam opiáceos que são depressores de funções vitais e, por isso, em certa medida, também apressa a morte", acrescentando que, na Bélgica, país onde a morte assistida foi legalizada, "mais de três quartos dos pedidos de eutanásia vêm de pessoas que estão em cuidados paliativos e, portanto, reconhecem que estes não são suficientes para manter a vida em condições respeitáveis".