"Quem foge, quem tenta evitar uma comissão parlamentar de inquérito é quem tem coisas esconder"
"Vamos ter eleições antecipadas por única e exclusiva responsabilidade do Governo, que se recusa a enfrentar uma CPI e, portanto, faz uma fuga para a frente, fugindo de responsabilidades e dando clara nota de que tem coisas a esconder", diz o presidente da Federação Distrital do Porto do PS à TSF
Corpo do artigo
O presidente da Federação Distrital do Porto do PS, Nuno Araújo, considera que o Governo é o único responsável pelas expectáveis eleições antecipadas e acusa Luís Montenegro de se estar a esconder e preferir uma crise política a ter de enfrentar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI).
"Há uma evidência clara para todos, vamos ter eleições antecipadas por única e exclusiva responsabilidade do Governo, que se recusa a enfrentar uma CPI e, portanto, faz uma fuga para a frente, fugindo de responsabilidades e dando clara nota de que tem coisas a esconder. Quem foge, quem tenta evitar uma comissão parlamentar de inquérito é quem tem coisas esconder. E porventura mais grave do que aquelas que sabem hoje e que a comunicação social trouxe felizmente à luz do dia", disse Nuno Araújo à TSF.
O dirigente socialista considera que o que é preciso é "explicar às pessoas aquilo que está a acontecer, que é que o Governo está interessado em eleições, está interessado em fugir à comissão parlamentar de inquérito".
Pedro Nuno Santos convocou os líderes das distritais do PS para uma reunião no domingo.
"A reunião servirá sobretudo para preparar aquilo que previsivelmente venham a ser eleições antecipadas. Vamos aguardar pelo desfecho. O Governo também está titubeante, fala a várias vozes", explica o líder da distrital portuense.
O ministro da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, desafiou esta sexta-feira o PS a desistir da ideia da comissão parlamentar de inquérito para que o Governo deixasse cair a moção de confiança.
Nuno Araújo critica a proposta: "O Partido Socialista anunciou e irá apresentá-la e é o normal funcionamento do Parlamento. Eu não percebo por que é que se está a questionar se esta comissão parlamentar de inquérito deve ser criada ou não deve ser criada. É um direito parlamentar de um partido. Já aconteceu no passado, não estamos a introduzir nenhuma novidade no debate parlamentar nem no escrutínio parlamentar e temos que encarar isso com muita naturalidade. O que não é natural é um primeiro-ministro fugir dessa comissão parlamentar de inquérito. Ele não é mais do que qualquer um de nós."
Como é primeiro-ministro, diz o dirigente socialista, Luís Montenegro "tem mais responsabilidades", por isso "tem de apresentar esclarecimentos" e "não se pode esconder atrás de uma moção de confiança.
A reunião com os líderes das federações do PS está marcada para domingo de manhã, na sede do partido, no Largo do Rato, em Lisboa.