
Foto: Jonathan Velasquez on Unsplash (arquivo)
A Associação Portuguesa de Radiodifusão lamenta que as rádios locais só tenham direito aos tempos de antena em eleições autárquicas
A campanha para as eleições presidenciais não vai ter cobertura nas rádios locais. A Associação Portuguesa de Radiodifusão decidiu boicotar a campanha, uma vez que as rádios locais não têm direito à emissão dos direitos de antena.
As rádios locais apenas têm direito à emissão dos tempos de antena nas autárquicas. Nas restantes eleições, esses tempos de antena estão restringidos às televisões e às rádios nacionais.
Em declarações à TSF, Luís Mendonça, presidente da Associação Portuguesa de Radiodifusão, lembra que muitas pessoas utilizam as rádios locais para obterem esclarecimentos sobre as candidaturas. "Desta forma não chegam", lamenta.
"O que acontece neste momento? Nós, depois de tantas vezes termos insistido com isto junto dos vários governos, a verdade é que o ministro Pedro Duarte, do anterior Governo, entendeu isto, percebeu isto e incluiu esta medida numa das medidas do Plano para a Comunicação Social que ele apresentou. A verdade é que o novo Governo, que continua a ter esse plano de ação para implementar, não implementa essa medida. Nós aguardámos até ao final do ano, falámos com o ministro Leitão Amaro, que é o ministro que agora tutela a comunicação social, ele disse-nos que não era a altura certa, a altura de eleições", explica, reconhecendo que a emissão destes tempos de antena são importantes fontes de financiamento para as rádios locais.
O presidente da direção da Associação Portuguesa de Radiodifusão afirma que as "rádios prestam o serviço, disponibilizam a sua antena para as várias candidaturas, mas são ressarcidas por esse serviço".
"Esse valor pecuniário é importante para as rádios locais, porque é um valor que depois é utilizado para as rádios usarem no seu dia a dia, que é importante. Cada vez que nós hoje falamos em financiamento da comunicação social, esta é também uma forma de se fazer chegar às rádios locais e, neste caso, de uma forma que não é através de nenhum subsídio, nenhuma oferta. É um serviço prestado a bem da nossa democracia", acrescenta.
As eleições presidenciais estão agendadas para 18 de janeiro de 2026. Na corrida à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa estão 11 candidatos.
