Reconhecer a Palestina é mostrar a Israel que "o crime não compensa após meses de claro genocídio"
Assumindo que "mais vale tarde do que nunca", Ana Gomes admite na TSF que esta decisão podia até já ter sido tomada por anteriores governos socialistas
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Ana Gomes, embaixadora que muito tem defendido o reconhecimento do Estado da Palestina, assinala na TSF que a decisão do Governo de reunir com os partidos políticos e com Marcelo Rebelo de Sousa sobre este assunto vem tarde, mas é um passo essencial para mostrar ao Estado de Israel que "o crime não compensa após meses de claro genocídio".
"É evidente que o objetivo de toda esta mortandade que Israel orquestrou tem o propósito assumido de inviabilizar um Estado da Palestina. Ora, eu acho que o Estado da Palestina é essencial para a paz naquela região e até para garantir a segurança de Israel", diz igualmente.
Referindo que "mais vale tarde do que nunca", Ana Gomes admite que esta decisão podia até já ter sido tomada por anteriores governos socialistas.
O anúncio feito esta quinta-feira mostra também, na opinião da socialista, que Luís Montenegro cedeu a países como a França, que já decidiu que vai reconhecer a Palestina na Assembleia Geral das Nações Unidas, que se realiza em setembro em Nova Iorque.
Contudo, Ana Gomes acrescenta que não basta o reconhecimento da Palestina: é preciso muito mais. No seu entender, os membros do Tribunal Penal Internacional, de que Portugal faz parte, "têm de reiterar que prenderão qualquer indivíduo que esteja envolvido no genocídio em Gaza e que se estende à Cisjordânia", independentemente de quem seja: "Netanyahu ou qualquer soldado que se esteja a gabar nas redes sociais."
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou esta quinta-feira que vai ouvir o Presidente da República e os partidos políticos com representação parlamentar com vista a “considerar efetuar o reconhecimento do Estado palestiniano” na Assembleia-Geral das Nações Unidas em setembro.
