Redução de passes em Lisboa e Porto pagos por todos? PSD quer reverter "injustiça"
O partido considera que a responsabilidade pela redução das tarifas deveria caber às autarquias e não ao Estado central.
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O Partido Social Democrata (PSD) considera que a redução dos preços dos transportes não deve ser paga pelo Orçamento do Estado. Os sociais-democratas consideram uma "injustiça" que todo o país pague por uma medida que "não afeta em termos equitativos todos os portugueses".
O Governo assinou, esta quarta-feira, o acordo para os novos tarifários dos transportes coletivos. Nas áreas metropolitanas vai ser criado um passe único que terá o custo de 30 euros para as deslocações que se verifiquem dentro dos municípios e de 40 euros para todas as deslocações entre concelhos distintos. Além da redução do tarifário, o passe será gratuito para as crianças até aos 12 anos e existirá um passe familiar para que cada família pague, no máximo, 80 euros (ou seja, o valor de dois passes individuais).
No Fórum TSF, Salvador Malheiro, vice-presidente do PSD, apontou "a injustiça de esta medida ser paga pelo Orçamento do Estado", considerando que a medida
"Achamos bem que exista redução das tarifas dos nossos transportes públicos, mas afetando o erário nacional de forma correta", afirmou o social-democrata. "[A medida] não tem que ter um cariz nacional, quando não afeta em termos equitativos todos os portugueses."
Salvador Malheiro adianta mesmo que, se o PSD for eleito, as medidas serão revertidas. "Na altura em que o PSD for Governo, naturalmente, estas injustiças têm de ser eliminadas", declarou, no Fórum TSF.
Já esta quinta-feira, o presidente do partido, Rui Rio, recorreu à rede social Twitter para condenar a medida. "Não concordo que todos os portugueses, incluindo os que vivem nos territórios mais pobres, paguem com os seus impostos a redução do preço dos passes em Lisboa", lê-se na publicação feita por Rio. "Assim não. É muito injusto", rematou.
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Interior queixa-se de discriminação
O presidente da Câmara Municipal de Bragança considera que a estratégia para reduzir os preços dos passes sociais nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto é "discriminatória" para com as cidades do interior.
No Fórum TSF, o autarca Hernâni Dias afirmou que o valor pago pelo Estado às autarquias, por pessoa, é muito menor em Bragança do que em Lisboa ou no Porto.
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"Durante o ano de 2019, Bragança vai ter despender 180 mil euros para evitar que as concessionárias que fazem o transporte do meio rural para o meio urbano abandonem essas concessões. Sai do orçamento municipal uma verba superior àquela que é atribuída a toda a comunidade intermunicipal (terras de Trás-os-Montes), para evitar que as pessoas fiquem sem transporte", apontou o autarca.
"Comparado com o financiamento atribuído às áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, que sai diretamente do Orçamento do Estado, configura-se uma grande injustiça."