"Regressar ao PSD? A ver vamos." Santana Lopes não fecha a porta aos sociais-democratas
Pedro Santana Lopes é candidato à Câmara Municipal da Figueira da Foz como independente, mas com o apoio do PSD
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Pedro Santana Lopes não coloca de parte regressar ao PSD, de onde saiu em 2018. O atual presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz assegura que voltar a ser militante dos sociais-democratas não está fora de hipótese.
"Não tomei essa decisão. Mas se eu quiser concretizar, e isto é extraordinário, eu não me posso inscrever até acabar o mandato, caso contrário, perco o mandato, e [a penalização] aplicava-se no próximo [mandato], o que era aborrecido. As candidaturas têm de ser entregues até ao princípio de agosto, se as eleições forem em setembro. Portanto, eu não posso candidatar-me como filiado, porque perco o mandato. Tenho de resolver esta questão jurídica, se a decisão for essa", admite o antigo primeiro-ministro.
Santana Lopes candidata-se à presidência da Câmara Municipal da Figueira da Foz pela terceira vez, a segunda consecutiva como independente, mas com o apoio do PSD. O líder do executivo garante que vai trabalhar "para ter a maioria absoluta, quer na câmara, quer na assembleia".
"Gostava de lembrar que eu, nas últimas eleições autárquicas, era para ter ido pelo PSD, como independente. O dr. Rui Rio, que era o líder do partido, chegou a desafiar-me. Mas a estrutura local já tinha outro candidato... E depois governei em coligação com o PSD. Há 20 anos também concorri pelo PSD, quando ganhei a câmara. Esta junção entre a FAP (Figueira A Primeira) e o PSD, e vice-versa, é natural. Portanto, vamos trabalhar para a maioria absoluta. É muito importante para haver estabilidade nas opções", afirma.
Já sobre o que falta fazer na Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes lembra que a cidade "tem hoje um campus da Universidade de Coimbra, que está no primeiro ano de funcionamento. Este ano tem uma licenciatura e dois mestrados".
"A Figueira tem tudo, e muito boa qualidade de vida. Eu tenho muitos projetos que vão continuar para o próximo mandato, se for esse o entendimento do povo: a nova ponte da margem sul, o pavilhão multiusos, que a Figueira ainda não dispõe. Há muitos projetos em curso, dentro de uma regra do equilíbrio orçamental, financeiro, económico, que a Figueira vive desde há anos, e que tenho mantido neste mandato", assegura.
Nas últimas semanas, vários autarcas foram acusados no âmbito do Processo "Tutti Frutti". Pedro Santana Lopes acredita que a polémica não vai afetar a imagem dos autarcas. "Espero que a justiça faça o seu caminho. Há milhares de autarcas. Os munícipes de Portugal podem confiar na generalidade dos seus autarcas. Acho que as populações sabem que os autarcas trabalham que nem uns doidos, trabalhamos muito", sublinha Pedro Santana Lopes.
E sobre presidenciais? O antigo primeiro-ministro garante que, para já, está apaixonado pelo trabalho autárquico. "Não há trabalho tão bonito como este. Até aos meus quarenta anos nunca tinha pensado ser autarca. Pelo contrário, achava que nunca iria ser. E hoje em dia digo: 'É o trabalho mais bonito que conheci.' Presidenciais? Agora vamos ter estas. Agora, autárquicas e depois presidenciais", remata Pedro Santana Lopes.
