O mandato é para levar até ao fim. Se depois Rui Rio se recandidata ou não, isso depende muito dos resultados eleitorais do próximo ano.
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Rui Rio já tinha avisado: "Podem esperar sentados, porque eu vou cumprir o meu compromisso até ao último segundo. " O recado, deixado no discurso de rentrée do partido, tem agora um novo desenvolvimento: No programa Bloco Central, da TSF, o líder do PSD reconhece que "o resultado das eleições de outubro de 2019 é nuclear para saber se continuo ou não".
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Rio sabe que este discurso está longe de ser politicamente correto e que muitos, dentro do partido, gostavam de o ouvir dizer "que vou ganhar e que não me passa outro cenário pela cabeça que não seja tornar-me Primeiro-ministro". Mas Rui Rio faz gala em não ser esse género de político e considera mesmo que esse tipo de discurso "é de um cinismo e de uma hipocrisia que não é para mim".
Na cabeça do atual líder do PSD, os cenários futuros parecem relativamente simples de antecipar: uma coisa "é ganhar as eleições do próximo ano por largo, ou ganhar por pouco, como aconteceu a Pedro Passos Coelho", outra bem diferente, diz, é "perder por uma margem substancial". Nesse caso, Rui Rio admite que pode não ter condições para se recandidatar a um novo mandato dentro do PSD: "Isso é de La Palice", afirma.
"Eu tenho um projeto"
Rui Rio não esperava, por esta altura, andar ainda a responder aos críticos internos. Convencido que está de que "a esmagadora maioria do partido" está com a atual liderança, Rio admite, no entanto, que "há uma escassa minoria de algumas unidades, com eco público, que tudo estão a fazer para que a minha liderança falhe."
Garante que tem "um projeto para o país" mas a grande questão está em saber se vai ter tempo para o implementar. E tempo é coisa que parece escassear ao atual líder. "Eu tenho um projeto mais comprido e preciso de tempo", explica, lembrando que "uma coisa é ter dois anos outra é ter quatro, como quando estava nas autarquias".
Qual é a intenção de Rui Rio? Continuar para lá de 2019. "E não é por estar agarrado ao lugar", garante, é porque "o mais lógico é chegar a 2019 /2020 e levar o projeto até ao fim." Até porque, lembra o presidente do PSD, "o meu projeto não fica concluído até 2019", ainda que admita que "os resultados eleitorais são vitais."
Rui Rio admite que o seu estilo de fazer política não lhe facilita propriamente a vida: "Ter um estilo completamente diferente do habitual" implica, diz o líder social-democrata, compreender que "os atos são fundamentais para se entender o que eu quero. Mais do que as palavras, os atos é que são importantes e isto é um desafio difícil."
À TSF, o Presidente do PSD voltou a defender que é preciso "reformar o partido como um todo" e que devia ser "um desígnio nacional os partidos funcionarem de forma diferente."