Depois do repto lançado por Pedro Passos Coelho, cerca de 30 constitucionalistas, juristas, dirigentes e governantes reuniram-se com os líderes da coligação PSD/CDS-PP, para debater a possibilidade de se avançar com uma revisão constitucional extraordinária. Social-democratas falam em "crise política sem precedentes" que precisa de "reflexão".
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"O objetivo desta reunião não é chegar a conclusões", mas reunir especialistas que possam dar aos líderes de PSD e CDS-PP "aconselhamento sobre toda esta situação que o país vive", disse o vice-presidente do PSD, José Matos Correia, depois de mais de três horas de reunião.
Pedro Passos Coelho e Paulo Portas reuniram esta terça-feira, no Hotel Tivoli, em Lisboa, mais de duas dezenas de juristas, constitucionalistas, politólogos, deputados, dirigentes e alguns ministros e ex-ministros, para discutir uma eventual revisão extraordinária da Constituição.
O encontro - que foi divulgado pelos gabinetes partidários - serviu também para discutir a "atual situação política do país", mas o PSD rejeita que se tenha tratado de um "evento político", antes uma reunião para "aconselhar (Passos Coelho e Paulo Portas) nesta situação que é uma situação sem precedentes, uma situação política como Portugal nunca tinha conhecido", sublinhou José Matos Correia, porta-voz do encontro.
"Eu não disse que a discussão foi apenas sobre a revisão constitucional, foi de aconselhamento sobre a situação que o país vive", acrescentou o vice-presidente do PSD, depois de questionado pelos jornalistas sobre se o encontro com especialistas serviu para estudar alterações que façam parte de uma eventual revisão extraordinária da Constituição.
Matos Correia salientou, no entanto, que a revisão constitucional é uma matéria que faz "sentido" e que, caso assim não fosse, "se não fizesse sentido", a reunião com juristas e constitucionalistas "não teria tido lugar".
O encontro contou com a presença de nomes como Assunção Esteves (ex-presidente da Assembleia da República, José Manuel Cardoso da Costa (ex-presidente do Tribunal Constitucional), dos constitucionalistas Tiago Duarte e Ricardo Leite Pinto, ou ainda de Carlos Blanco de Morais e Gonçalo Matias, antigos conselheiros de Cavaco Silva.
Rui Medeiros, ministro da Modernização Administrativa (e especialista em Direito Constitucional e Administrativo), Marques Guedes, ministro da Presidência e Pedro Mota Soares, ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social também estiveram presentes, tal como Pedro Lomba, Paulo Rangel, Telmo Correia ou Teresa Leal Coelho.