Vereador do Bloco de Esquerda na Câmara Municipal de Lisboa vai manter-se em funções.
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Ricardo Robles não se vai demitir do cargo de vereador da Câmara Municipal de Lisboa. "Não há nada reprovável na minha conduta. Procedi de forma exemplar", assegura o bloquista, continuando a defender as mesmas políticas de habitação que sempre proferiu.
"Atuei sempre em coerência com aquilo que defendo para a cidade e com a proteção dos seus habitantes. E, como se vê, nada do que tenho defendido ou proposto enquanto vereador pode resultar em benefícios próprios ou para a minha família, pelo contrário. Defendi e defendo o aumento dos impostos sobre mais valias e património imobiliário. Defendi e defendo a existência de regras de proteção aos inquilinos face à ameaça de despejo e que limitem os aumentos de rendas. Defendi e defendo políticas de habitação a custos controlados em Lisboa", esclareceu.
Tendo em conta a polémica, Robles frisa que a exigência do PSD para se demitir "não tem qualquer base e apenas contribuiu para intoxicar a opinião pública", o que o fará manter-se em funções.
"Não comprei este prédio para o vender com mais-valias", garantiu em conferência de imprensa, explicando que entende a posição da irmã, a outra proprietária do prédio, em querer vendê-lo pelo facto de estar a viver fora de Portugal.
Assim, o vereador explicou que irá ser pedida a propriedade horizontal do imóvel, para que cada proprietário possa decidir o que fazer com a sua parte do edifício. Neste ponto, Robles ressalvou ainda que não pretender vender e que irá arrendar as suas frações do prédio.
Recorde-se que o bloquista está envolvido numa polémica devido a um prédio que adquiriu no ano 2014 , em Alfama, e que esteve à venda no ano passado depois de restaurado. O negócio feito com a irmã, e a consequente venda do edifício em causa, poderia vir a render-lhe cerca de quatro milhões de euros.
As reações ao caso noticiado pelo Jornal Económico não tardaram e o PSD exigiu a demissão do vereador por "manifesta falta de ética, de seriedade e de credibilidade política".