Rio defende que "relacionamento pessoal e empatia" com Merkel favorecem Portugal
Líder do PSD diz que encontro com chanceler alemã foi "positivo para o PSD e para Portugal". Rui Rio considera que também há alguma empatia com Costa e, em particular, com Marcelo.
Corpo do artigo
Se, além de ser reconhecida como o "grande motor da economia europeia", a Alemanha é também o maior investidor industrial em Portugal e o terceiro maior cliente das exportações nacionais, o ideal será, entendem os líderes políticos nacionais, manter as boas relações entre os dois países, e, defende Rui Rio, para isso pode também contribuir o "relacionamento pessoal" entre os principais responsáveis políticos lusos e germânicos.
Foi essa a mensagem transmitida aos jornalistas pelo líder social-democrata, no final de um encontro de cerca de meia hora com Angela Merkel, a chanceler alemã que termina esta quinta-feira a visita oficial de dois dias a território português.
"Nestas coisas, o relacionamento pessoal e a empatia pessoal são importantes - comigo seguramente e admito que com o primeiro-ministro e com o Presidente da República também, até pela sua maneira de ser - para depois haver uma predisposição favorável, neste caso, na ajuda a Portugal", afirmou Rui Rio, junto a um hotel no centro de Lisboa, onde o líder do PSD e a chefe do Executivo da Alemanha tiveram um breve encontro antes de a comitiva alemã seguir para o Palácio de Belém.
"O encontro é positivo quer para o PSD como, muito principalmente, para Portugal", acrescentou o presidente do PSD.
TSF\audio\2018\05\noticias\31\rui_rio_2_10h_empatia
Durante o encontro com Angela Merkel - em que Rui Rui aproveitou o seu percurso no Colégio Alemão para trocar algumas palavras na língua materna da chanceler alemã -, que foi, porventura, uma boa oportunidade para realizar uma 'operação de charme' por parte dos líderes políticos nacionais, o presidente do PSD tentou, por exemplo sensibilizar a comitiva alemã para a questão dos fundos comunitários
"Ouviu, percebeu a minha argumentação, agora temos de ver o efeito que pode produzir nas negociações, sendo certo que compreendeu a minha argumentação. [Merkel] Também não disse que ia ser defensora na nossa pretensão nacional", assinalou ainda Rui Rio, que lamenta a perda de fundos de coesão por parte de Lisboa. "Portugal perde 7%. Se compararmos, Espanha sobe 5% e Itália sobe 7%. Procurei sensibilizá-la para este facto e com isto dar uma ajuda nas negociações que o Governo vai ter de conduzir".
Em cima da mesa, durante o encontro, estiveram ainda temas como a dívida pública ou as situações económicas e políticas de países vizinhos."Estivemos a passar em revista a situação portuguesa, do ponto de vista político e económico, e a situação europeia e os problemas que temos em Espanha e em Itália", adiantou o líder do PSD, que, perante os jornalistas sublinhou ainda as diferenças entre a defesa de Portugal e do Governo português.
"Uma coisa é nós estarmos unidos no interesse da defesa de Portugal e outra coisa são as diferenças entre o PSD e a atual solução governativa encontrada", salientou.
Esta é a segunda vez que Merkel e Rio se encontram, desde que Rui Rio se tornou líder do PSD, sendo que ambos se encontraram no mês de março, em Bruxelas, à margem da Cimeira do Partido Popular Europeu.