Rio considera que "correu manifestamente mal" a experiência de Santana como primeiro-ministro. Santana acusa Rio de "passar o tempo a dizer mal" dele e diz que Rio e Costa "são o Dupond e Dupont".
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Bastaram dez minutos para estalar o verniz entre os dois candidatos à liderança do PSD.
Santana começou por criticar o facto de Rio ter utilizado a expressão "trapalhadas" para descrever o período de governação santanista, Rui Rio insistiu que a "experiência de Santana Lopes como primeiro-ministro correu manifestamente mal".
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Santana puxou pela moção do adversário para acusar Rio de "passar o tempo a dizer mal" dele e não criticar "a frente de esquerda", dando "sinais equívocos" sobre um eventual bloco central. Adiante, Santana acusou Rio de alinhar com vozes críticas do PSD como Pacheco Pereira e exibiu uma fotografia tirada antes de uma iniciativa da Associação 25 de Abril.
"Tu em vez de estares ao lado do Governo Passos Coelho, estavas ao lado dos críticos", disse para Rui Rio, referindo ainda o facto de Pacheco Pereira ter estado numa iniciativa na Aula Magna ao lado de Mário Soares.
"Sei lá se ele vota em mim", respondeu Rui Rio.
"Os teus militantes escondem-se todos", exclamou depois Santana.
Rui Rio acusou Santana de tentar criar um partido "contra o PSD" e disse que não haveria histórias "a vir ao de cima" caso ele fosse o líder do PSD tendo ouvido do adversário:
"Porquê? Combinaste com o António Costa?".
"Eu nunca combinei nada com o António Costa. Ele é que confiou em ti e te nomeou (provedor da Santana Casa da Misericórdia de Lisboa)", respondeu Rio.
De imediato, na resposta, Santana sublinhou que que "só confirmou" e que "não podia ter feito outra coisa" e disparou fazendo alusão à carta assinada pelos então autarcas de Lisboa e do Porto. "Assinas cartas com António Costa, mais uma vez para bateres em Passos Coelho. O Dupond e Dupont não somos nós os dois. És tu e António Costa. Tu e António Costa são Dupond e Dupont", concluiu Santana.
Antes, no debate na RTP, os dois candidatos foram questionados sobre o que os distingue.
"Há duas personalidades completamente diferentes, dois estilos completamente diferentes", explicou Rui Rio com Santana a interrompê-lo antecipando que o adversário iria trazer a debate o "argumentário do engenheiro Sócrates, das trapalhadas".
"As trapalhadas existiram, se o PR destituiu a Assembleia foi porque tinha razões para isso", argumentou Rio.
"Foste meu primeiro vice-presidente e nunca me disseste isso, nem publicamente nem privadamente",
Questionados sobre quanto tencionam gastar nas campanhas, Rui Rio apontou "90 mil euros, origem em donativos de pessoas que estão na campanha, que querem ajudar", já Santana Lopes indicou "70 e tal mil euros, de particulares, cidadãos, que me querem ver a mim presidente do partido".
Rio ironizou: "Se calhar até há quem apoie os dois", diz Rio. "Admira-te", respondeu Santana Lopes.
PSD sozinho nas legislativas
Neste ponto houve acordo.
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Santana Lopes voltou a defender que "idealmente" o PSD vai a votos sozinho, mas admitiu que possa haver circunstâncias que o façam mudar de ideias.
Rui Rio também defendeu que "se as eleições fossem hoje o PSD ia sozinho a votos" mas não excluiu "completamente" outro cenário que considera "muito pouco provável".
Sobre coligação com o PS, Santana rejeita "qualquer coligação com o PS, antes ou depois das eleições". Rio diz que "no caso de não haver maioria absoluta, o normal é que a coligação seja com o CDS" e não encontra "nenhuma circunstância extraordinária" que possa levar a que exista uma solução de Bloco Central, só se houver "situações em que, por força do interesse nacional, não se pode dizer como o ministro Mário Lino, "jamais"", sublinhou Rio.