Rio não confirma se vota ao lado da esquerda mas promete fazer justiça aos professores
O líder do PSD não confirma se o PSD vai votar a favor da moção da esquerda sobre a carreira dos professores.
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O presidente do PSD, Rui Rio, admite apresentar uma proposta própria no sentido de garantir a contagem integral do tempo de serviço dos professores e não confirma se o partido vai votar ao lado da esquerda nesta matéria.
O CDS já anunciou que vai apoiar o PCP e do Bloco de Esquerda que vão pedir uma apreciação parlamentar do decreto-lei que prevê a contagem parcial do tempo de serviço dos professores, para travar a intenção do Governo.
"Muito provavelmente" o PSD apresentará a sua própria moção, mas só depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, se pronunciar os sociais-democratas vão decidir o que fazer, sendo certo - vinca Rui Rio - que o partido reconhece justiça aos argumentos dos professores. "O PSD reconhece que o tempo deve ser de alguma forma contado, agora há muito forma para contar o tempo. Deixe vir o diploma e veremos o que podemos e devemos fazer", afirmou o líder social-democrata.
Rui Rio escusou-se a esclarecer se o PSD votará a favor da moção do PCP e do Bloco de Esquerda , com o apoio do CDS, impedindo assim que a contagem do tempo parcial entre em vigor, obrigando o Governo a retomar as negociações com os professores.
"É impossível dizer porque o diploma ainda não se conhece, ainda está para promulgação do Presidente da República. Depois de ver o diploma aquilo que o PSD vai fazer é, em consonância com aquilo que sempre tem dito, tomar as devidas providências. As que vão tomar o PCP e o BE não faço a mínima ideia mas se forem coincidentes não é por isso que passo a alterar a minha", referiu.
Os sociais-democratas sempre defenderam a devolução dos nove anos de tempo congelado dos professores, contrariamente aos dois anos, nove meses e 18 dias propostos pelo Governo.
Se Rui Rio fosse primeiro-ministro "negociava com os professores tentando arranjar uma forma equilibrada, orçamentalmente equilibrada, no eixo do tempo e na forma para o reconhecimento dos nove anos" de tempo de serviço.
O decreto-lei que prevê a contagem parcial do tempo de serviço foi aprovado a 4 de outubro. Mais de um mês depois, o Governo ainda não enviou o diploma para Belém, para ser promulgado pelo Presidente da República. A demora tem sido justificada com a necessidade de pareceres das assembleias legislativas das regiões autónomas dos Açores e da Madeira.