"Risco para o pluralismo." Livre envia carta à Comissão Europeia com alerta para situação da Global Media
"Os países que são candidatos à União Europeia têm de demonstrar que existe pluralismo de imprensa", refere Rui Tavares.
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O Livre enviou esta quinta-feira uma carta à vice-presidente da Comissão Europeia com um alerta para a situação da Global Media, grupo do qual faz parte a TSF, nomeadamente para o "risco que representa para o pluralismo" da imprensa portuguesa.
"Este caso está a adquirir contornos que são mais claramente transnacionais. Isso significa que há aqui uma dimensão europeia que é preciso esclarecer. Em primeiro lugar, porque os Tratados da União Europeia, logo artigo 2 dos Tratados da União Europeia, determinam que o valor do pluralismo de imprensa é partilhado pela União e pelos estados-membros. Os países que são candidatos à União Europeia têm de demonstrar que existe pluralismo de imprensa no seu país e que ele é respeitado para poder entrar na União Europeia", disse o deputado único do Livre, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.
Para o fundador do partido, se esse é um dos requisitos para a entrada na UE, também continua a valer para os estados-membros: "Pela lógica, procede que, após a entrada na União Europeia, esse valor continua a valer. É um dos chamados critérios de Copenhaga para entrada na União Europeia. Esta carta chama a atenção para o que está a passar na Global Media, para o risco que representa para o pluralismo da nossa imprensa perdermos dois dos nossos quatro diários, três dos nossos jornais mais antigos, uma rádio jornalística com a importância da TSF."
A Assembleia da República discute esta a situação no Global Media Group, que detém títulos como a TSF, o Jornal de Notícias, o Diário de Notícias, o jornal O Jogo, entre outros, bem como o futuro dos media do pluralismo de informação e da liberdade de imprensa. O debate de urgência foi pedido pelo PAN e conta com a presença do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva.