Rubina Berardo desfilia-se do PSD por Montenegro "estender o tapete vermelho" à "extrema-direita"
Em declarações à TSF, a antiga vice-presidente do PSD considera que as negociações entre o primeiro-ministro e André Ventura sobre a imigração abrem caminho para "a corrosão" da social-democracia
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Luís Montenegro "quebrou" o "não é não". A antiga vice-presidente do PSD Rubina Berardo afirma na TSF que a promessa do primeiro-ministro durante a campanha caiu definitivamente por terra quando na quinta-feira "estendeu o tapete vermelho" para negociar com "o líder da extrema-direita", André Ventura, na residência oficial, uma aproximação que a levou a decidir deixar este partido político.
A base social-democrata do PSD está a ser corroída precisamente por esta aproximação à extrema-direita.
Rubina Berardo deixa para trás 20 anos de militância no PSD. Foi deputada e vice-presidente do partido, mas a madeirense diz que não pode aceitar, por exemplo, a forma como o PSD negociou com o Chega as alterações à lei da nacionalidade, que estão esta sexta-feira em discussão no Parlamento. "É um passo para o populismo", considera.
Para Rubina Berardo, o Governo poderia ter negociado esta questão com o PS, após os socialistas terem dados alguns passos atrás neste assunto. Tendo em conta "a história fundamental que o PSD tem no aprofundamento da democracia portuguesa e na história de Portugal", entende que o PSD "não pode entrar em colaboracionismos com a extrema-direita e tem de ficar claramente no arco dos partidos políticos da democracia liberal".
Por este andar, admite que há risco que o PSD acabe por ser engolido em termos ideológicos pelo Chega.
Nestas declarações à TSF, a antiga deputada deixa em aberto o futuro político, até noutro partido. Certo é que, neste momento, tanto o PSD nacional como o PSD Madeira, diz ainda, estão a guiar rumo à extrema-direita, algo que não pode aceitar.