Antigo ministro social-democrata defende que o país pode ficar “ingovernável” caso a Aliança Democrática recuse o apoio parlamentar do Chega.
Corpo do artigo
O antigo dirigente social-democrata, Rui Gomes da Silva, defende um acordo parlamentar entre a direita e o Chega, alertando que, caso Montenegro mantenha a sua posição, o país torna-se “ingovernável”.
“Não é uma novidade. Tenho falado sim. Defendo que deve haver uma aliança à direita com o Chega, sim, considero errada a estratégia do PSD, sim. Espero que após as eleições de domingo uma estratégia errada não bloqueie uma solução de governo estável para os próximos quatro anos em Portugal”, afirma.
À TSF, Rui Gomes da Silva critica a opção de Luís Montenegro e do PSD. “Sem fazer a aliança com o Chega, acho que o país se tornará ingovernável à direita. Penso que, de acordo com as sondagens, se tornará ingovernável à esquerda. E portanto, há uma responsabilidade clara do PSD que, tendo uma maioria clara à direita com o Chega e Iniciativa Liberal, não querer caminhar nesse sentido”, avisa.
“Respeito, é uma opção muito clara, respeito essa opção, mas não estou de acordo”, vinca o ex-ministro dos Assuntos Parlamentares. Rui Gomes da Silva confirma ainda que “fala há muitos anos com André Ventura” sobre “alguns desafios que se põem dentro da política portuguesa”.
Numa entrevista emitida na segunda-feira na RTP, o presidente do Chega disse que há militantes do PSD “prontos para resistir a eventuais viabilizações de Governos do PS. Além de Rui Gomes da Silva, André Ventura nomeou Ângelo Correia e Miguel Relvas.
Contactado pela TSF, Ângelo Correia explica que a última vez que conversou com André Ventura foi há mais de 15 anos, quando o líder do Chega ainda era militante do PSD e apoiava a sua candidatura a presidente da Assembleia Municipal de Sintra. Também Miguel Relvas desmente o líder do Chega. O antigo vice-presidente do PSD afirma à TSF que é tudo falso e que nunca falou com André Ventura.