Rui Moreira: "Entre os que apoiarem a minha candidatura, escolherei os melhores"
Em entrevista à TSF, o autarca assume sem margem para dúvidas que se vai recandidatar à câmara do Porto.
Corpo do artigo
Rui Moreira diz que não o preocupa "nem lhe dá conforto" o debate dentro dos partidos políticos sobre se o vão apoiar ou se apresentam candidatos próprios na autárquicas de 2017. Sublinha que na candidatura dele caberá o "Porto todo", e que entre os que se juntem ao seu projeto "escolherá os melhores".
Sobre o que o motiva para um segundo mandato, Rui Moreira diz que, depois de nos primeiros quatro anos ter sobretudo resolvido alguns problemas herdados, pretende agora concretizar projetos que tem para a cidade.
Nesta entrevista, Rui Moreira afirma ainda que o que tinha a dizer sobre a TAP está dito, e que nos tempos mais próximos não pretende voltar ao assunto. O autarca do Porto admite que houve na cidade e na região quem lhe tenha dito que estava a ir longe de mais nas posições que teve sobre essa matéria.
Acredita, no entanto, que o braço de ferro que assumiu com a empresa e o Governo não trarão prejuízo ao Porto, antes pelo contrário: "Nós temos de mostrar a quem de direito que não se faz impunemente mal à cidade do Porto".
Com o diferendo sobre a TAP ainda fresco, o presidente da câmara do Porto declara que o primeiro-ministro será muito bem-vindo se decidir visitar a cidade no S. João.
Rui Moreira diz que se isso acontecer, recomendará a António Costa que traga um martelo para dar troco às muitas marteladas que os portuenses têm para lhe dar. No entanto, e a dois meses da festa, ainda não sabe se o chefe do Governo, um "amigo" de longa data, " terá vida para isso".
O autarca tem agora outro alvo, diz que o que se passa com a atribuição dos fundos do Portugal 20/20 é "uma situação vergonhosa e calamitosa para os municípios".
Rui Moreira denuncia que dos projetos que apresentou e para os quais esperava, por essa via, um financiamento superior a 160 milhões de euros, tem apenas garantidos 27 milhões.
E não acredita que ainda haja margem para conseguir outro resultado. Diz que o único caminho que resta seria uma queixa à Comissão Europeia, mas que provavelmente daria em nada: "Julgo que não vale a pena, porque Bruxelas se vai pôr na posição de sobranceria que já assumiu no anterior quadro comunitário de apoio, dizendo "isso é um problema dos países membros, e portanto, nós não interferimos na forma como distribuem as "massas", passo a expressão".
Na entrevista à TSF, Rui Moreira fala ainda com detalhe do projeto que nos últimos dias apresentou na Trienal de Artes, Arquitetura e Design de Milão. Trata-se da reabilitação do antigo matadouro municipal do Porto, uma enorme estrutura situada na freguesia de Campanhã.
O autarca acredita que a nova vida que pretende dar ao edifício será decisivo para o desenvolvimento social e económica da zona oriental do Porto, a mais frágil do concelho.