Moção de estratégia apresentada em Leiria defende um novo contrato social, nem anti-Estado nem estatizante, com um partido mais ao centro.
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Rui Rio quer reposicionar o PSD, sem abandonar a matriz ideológica. Defende uma social-democracia renovada, um partido mais ao centro. E um novo contrato social: nem anti-Estado nem estatizante. Quer também avançar com a reforma do regime e está aberto a consensos. Porque "é matéria para uma sociedade" e "se os outros não o querem", o PSD que Rio imagina está disponível para "fazer de motor".
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Rui Rio apresentou a moção de estratégia para a liderança do PSD na sede da Associação Empresarial da Região de Leiria (NERLEI), com 200 apoiantes a ouvi-lo - e avisou que o partido não se pode divorciar dos portugueses. "É por isso que é absolutamente vital que a escolha de 13 de janeiro seja uma escolha o mais consentânea possível com aquilo que é a vontade dos portugueses fora do partido", afirmou.
Num discurso de 35 minutos, o antigo presidente da Câmara Municipal do Porto prometeu criar as condições para ajudar os empresários a exportarem mais bens de valor acrescentado. A meta é colocar Portugal na "metade mais rica" e conseguir que "todos os anos" o País "cresça um pouco acima daquilo que for o crescimento médio da Europa".
Na economia, Rui Rio aponta à redução da dívida pública, mas também do endividamento das famílias e das empresas. Um Estado mais descentralizado e próximo dos cidadãos, uma sociedade baseada no conhecimento e na inovação. "Temos de ter o orçamento equilibrado não porque a União Europeia diz que tem de estar equilibrado mas porque nós precisamos", sublinhou. "Esta é uma das diferenças já à partida entre mim e o atual Governo. O atual Governo se Bruxelas deixasse eu já não sei onde é que isto ia. Quando eu for primeiro-ministro, Bruxelas pode fazer o que entender que nós vamos pôr as nossas contas na ordem".
A moção "Do PSD para o País" desenha as margens da estrada que Rui Rio quer percorrer; não é um programa de governação. E numa sessão a meio caminho entre Lisboa e Porto, o candidato à liderança do PSD -- nas diretas de 13 de janeiro, contra Pedro Santana Lopes -- prometeu ouvir sempre as bases do partido.