Líder social-democrata defende que para o utente "pouco importa" que quem presta os cuidados de saúde seja o público ou o privado e insiste que "é uma questão de Estado" que as remunerações dos juízes não ultrapassem o salário do presidente da República
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Rui Rio recusa apoiar uma Lei de Bases da Saúde que determine o fim das parcerias público-privadas. Questionado, esta quarta-feira, em Lisboa, sobre o alegado acordo existente entre o Bloco de Esquerda e o governo para que a redação final do documento inclua essa medida, o líder do PSD rejeitou eventual acordo.
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"Se entre o PS e o BE quem estiver a falar verdade for o BE não pode ter o apoio do PSD porque isso significa renunciar às parcerias público-privadas 'tout-cour'", defendeu o presidente social-democrata, salientando que os privados se devem manter no sistema "principalmente quando têm excelentes resultados".
"Não podemos ser fundamentalistas dizendo que o público de forma nenhuma (deve existir) ou que o privado de forma nenhuma (deve existir)", acrescentou o líder do PSD, em declarações aos jornalistas.
Comentando as declarações do presidente da República que, durante um programa na RTP3, afirmou que seria "irrealista" uma Lei de Bases que impedisse a existência de PPP's, Rio assumiu concordar com o chefe de Estado, garantindo que para o utente "pouco importa" quem presta o serviço.
"O utente quer ser servido como deve ser. Se a gestão é pública ou privada é mais ou menos indiferente. Portanto, o SNS tem de ser predominantemente público, mas não pode dispensar o complemento dos privados", referiu.
À margem de uma visita ao Hospital das Forças Armadas, que o presidente social-democrata diz querer homenagear em vésperas do 25 de Abril, Rui Rio assegurou que as criticas que fez sobre a proposta centrista para o salário dos juízes, através da rede social twitter, não se destinava apenas ao CDS mas a todos os que defendem a ideia.
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"Eu não acusei o CDS, acusei todos os que defendem aquilo", disse, sublinhando que "o principal até é o PS e o governo, porque se trata de uma proposta de lei".
Para Rui Rio, é "uma questão de Estado" e garante que não teme ficar sozinho a defendê-lo, já que se assume "carregado de razão".
"O presidente da República deve ser quem mais ganha no setor público em Portugal e ninguém deve ganhar mais do que o primeiro-ministro. Este caso está ligados aos juízes, mas se estivesse ligado a outro setor, eu diria a mesma coisa", asseverou, considerando que "esta polémica não é positiva até para os magistrados".