Rui Rocha apela a "maioria clara" de direita. Mas alerta para voto na "modesta" AD
Rui Rocha defende que os eleitores devem escolher a Iniciativa Liberal para haver mudanças a uma "velocidade intensa", em vez de uma "mudança modesta". Mesmo que, no final, o objetivo seja uma união entre os liberais e a Aliança Democrática.
Corpo do artigo
Rui Rocha fez, esta quinta-feira, um apelo a uma “maioria clara” da direita nestas legislativas. Perante as últimas sondagens que apontam que a Aliança Democrática e a Iniciativa Liberal, juntas, têm as mesmas intenções de voto que PS, Bloco de Esquerda, CDU e Livre todos somados - e com o Chega excluído da equação -, o líder da IL ousa fazer o pedido.
"Creio que está na altura de pedir mesmo a maioria clara para essa mudança que está a ser agora afirmada nas diferentes sondagens", declarou, à margem de uma visita a uma empresa de fabrico de papel, em Setúbal.
Rui Rocha pede, contudo, que essa maioria seja alcançada com "um voto forte na Iniciativa Liberal", para que "a mudança não seja modesta". Ou seja, mesmo que o objetivo seja acabarem juntas, o líder liberal sublinha aquela que diz ser a diferença entre o voto nas duas forças políticas. "Quanto à velocidade modesta, é óbvio que me estou a referir à Aliança Democrática e é óbvio que a velocidade intensa que queremos trazer para o país está encabeçada pela Iniciativa Liberal", precisou.
Velocidade "intensa", defende Rui Rocha, para pôr o país "a crescer", apesar de os mais recentes dados do Instituto Nacional de Estatístico confirmarem que o país continuou em crescimento sob governação socialista, alcançado 2,3% em 2023 e evitando a recessão técnica no último trimestre. Rui Rocha considera, ainda assim, que não chega.
"São números positivos, mas são números insuficientes. Nós não negamos quando são positivos. O que dizemos é que estamos em limiares muito baixos ainda, temos de ter uma economia a crescer muito mais (...) para que aquilo que temos como objetivo - 1500 euros líquidos de salário médio em Portugal até 2028 - seja possível", afirmou, em declarações aos jornalistas após mais uma de várias reuniões à porta fechada com administradores e empresários, nesta campanha.
Questionado sobre estas escolhas de ações de campanha, Rui Rocha tenta a afastar a ideia de que está apenas a ouvir os patrões e a descurar os trabalhadores.
"Em cada uma dessas visitas, aquilo que estamos a dizer a Portugal é que são as empresas que criam riqueza. Nós precisamos de empresas que crescem, precisamos de empresas fortes que se afirmam em Portugal e no estrangeiro", defendeu. "Mas isso só tem um único objetivo: melhores salários, melhores condições para trabalhar, mais capacidade para os portugueses crescerem pelo seu trabalho", alegou.