Rui Rocha responde a Marcelo: "Quem declara ser nossa obrigação indemnizar terceiros atenta contra os interesses do país"
O presidente da IL afirma que: "Não somos menos livres porque temos uma longa História de quase 900 anos. E não, Senhor Presidente, História não é dívida. E História não obriga a penitência."
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O presidente da IL anunciou esta quinta-feira que vai apresentar uma deliberação para que o programa das comemorações do parlamento no 25 de Abril inclua uma cerimónia solene do cinquentenário do 25 de Novembro. Rui Rocha afirmou que "o general Ramalho Eanes sublinha o valor do 25 de Novembro e diz que é um erro separá-lo do 25 de Abril".
No discurso na sessão solene do 25 de Abril, no parlamento, Rui Rocha citou a música "Vejam bem", de José Afonso, para salientar que, há 50 anos, se descobriu que "não há só gaivotas em terra quando mulheres e homens se põem a pensar", mas que as gaivotas "voam quando homens e mulheres se põem a pensar".
"Há 50 anos, uma gaivota levantou voo. Essa gaivota voava e nós, como ela, ficámos também livres de voar. Hoje, sabemos mais sobre a liberdade do que sabíamos naquele dia", afirmou.
Segundo o presidente da IL, sabe-se que "é fundamental que as gaivotas voem", mas que "não é indiferente à liberdade" se "as gaivotas voam mais alto ou mais baixo, para a frente ou para trás e, voando para a frente, se voam mais depressa ou mais devagar".
"Aliás, não é desde logo indiferente à liberdade que temos o próprio motivo que leva a gaivota a voar. Se levantar voo para substituir uma ditadura por uma democracia, voa para a liberdade. Mas se levantar voo para substituir uma ditadura por uma ditadura de sinal contrário, a praia onde aterra a gaivota tem a mesma nenhuma liberdade que existia na praia de onde partiu", sublinhou.
A par do que fez Paulo Núncio, do CDS, também o líder da Iniciativa Liberal responde a Marcelo: "Quem declara ser nossa obrigação indemnizar terceiros pelo nosso passado, atenta contra os interesses do país, reduz-se à função de porta-voz de sectarismos importados e afasta-se do compromisso de representar a esmagadora maioria dos portugueses."
"Não somos menos livres porque temos uma longa História de quase 900 anos. E não, Senhor Presidente, História não é dívida. E História não obriga a penitência", atira.
Rui Rocha volta à gaivota para dizer que ela "voa mais baixo do que devia quando o coletivismo ganha terreno e determina o caminho do indivíduo, quando esse caminho tem de fazer-se contra ou apesar do Estado, quando o Estado impede de crescer pelo trabalho e quando o sucesso e o mérito das pessoas e das empresas não são celebrados, mas desvalorizados, criticados ou mesmo punidos".
"Aos que à esquerda querem ser donos do 25 de Abril, aos que à direita se envergonham do 25 de Abril e aos outros, saudosos do ranço, da miséria e da opressão, aqui solenemente digo: saiam da frente, que atrás vem gente. Aos que têm agora o poder, digo também: façam, façam voar as gaivotas mais alto e mais depressa. E se não tiverem ambição para fazer nunca se esqueçam que, nas palavras de Torga, em Liberdade os cidadãos são sempre donos do terrível poder de recusar", terminou.
