O presidente do Aliança diz que Portugal tem de "voltar a ultrapassar os países" pelos quais foi ultrapassado e pede aos candidatos europeus que discutam "mais Europa"
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Pedro Santana Lopes critica o primeiro-ministro "por se satisfazer com pouco" em relação ao crescimento económico em Portugal.
O presidente do Aliança participou, esta quinta-feira, no almoço promovido pela Associação Amizade Portugal-EUA e defendeu que o país precisa de crescer "muito mais" e de "forma sustentada".
"Na Europa aconteceu que houve um abrandamento por causa das guerras comerciais China-EUA e o primeiro-ministro fica muito satisfeito de nós termos uma décima à frente", referiu, num apontar de dedo ao Governo e ao primeiro-ministro. Na opinião de Santana Lopes, Portugal tem de "crescer bem mais que a União Europeia" para se recuperar "o atraso para chegar à média europeia e não para irmos para o primeiro lugar e para não continuarmos a ser ultrapassados por países da Europa oriental que aderiram à UE 20 anos depois de nós".
O líder do Aliança acusa o chefe do Executivo de se satisfazer com "2,1; 2,2; 1,8; 1,7" quando "os países da Europa oriental crescem 4%". "O primeiro-ministro satisfaz-se com pouco", atira.
A dois meses das eleições Europeias, Santana Lopes considera ainda que os candidatos deveriam falar mais de Europa e menos de tricas políticas, para que os eleitores façam uma escolha informada.
"À exceção do nosso cabeça de lista, Paulo Sande, tem havido uma troca de recriminações recíprocas, nomeadamente entre os cabeça de lista dos partidos que já estão no Parlamento Europeu que me parece desadequada", realça Santana Lopes. Há questões muito mais importantes, segundo o líder do Aliança. "Nós temos decisões imensas para tomar, a União Europeia está num momento de transição muito complexo, o mundo todo está e fala-se muito pouco das opções que o povo português tem de decidir", esclarece.
Santana Lopes chega mesmo a comparar a ida às urnas com um jogo de futebol para explicar o que não deve ser feito. "Os partidos não são clubes de futebol. Uma pessoa não deve vir para a cabine de voto como vai para um estádio de um clube de futebol porque é o seu clube, deve ir para a cabine de voto dizer 'eu vou escolher estes porque são os que defendem aquilo em que eu acredito'", defende.
Para o presidente do Aliança, um "voto rotineiro seria um crime de lesa-pátria".