Segundo frente-a-frente televisivo marcado mais uma vez por intensa crispação entre candidatos e pela troca de argumentos sobre o eventual apoio a um governo minoritário do PS.
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Pedro Santana Lopes defendeu a recondução no mandato da atual Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal, considerando que "politicamente, se hoje tivesse de tomar uma decisão como líder da oposição, diria que é adequado que seja renovado o mandato da PGR".
No segundo debate televisivo entre os dois candidatos à liderança do PSD, ambos começaram por sublinhar que se trata de "um não assunto", tal como foi referido pelo Presidente da República, e Rui Rio optou por não se comprometer em relação à decisão que tomaria.
"Acho que é até de bom tom ser um não assunto", disse Rui Rio, esclarecendo que quando no debate anterior lhe colocaram a mesma questão desconhecia que o mandato de Joana Marques Vidal só terminava daqui a dez meses e que a apreciação que fez da atuação do Ministério Público foi "global" sobre o sistema de Justiça.
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No frente-a-frente realizado pela TVI, os dois candidatos à liderança dos sociais-democratas começaram por recusar retomarem o tom crispado, mas em boa parte do confronto - 25 minutos, precisamente - houve troca de acusações sobre "trapalhadas", lealdade (ou falta de dela) à liderança de Pedro Passos Coelho, ou ainda sobre a proximidade a António Costa, resgatando a designação "Dupond e Dupont". Mas desta vez foi Rui Rio a exibir no debate capas e manchetes de jornais.
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A longa troca de argumentos em relação ao passado deixou pouco tempo de debate para falar de futuro, ainda que, instados a esclarecer o que fariam caso o PS vença as próximas legislativas sem maioria, os dois candidatos afastaram eventuais dúvidas: Rui Rio admitiu chegar a acordo com os socialistas "para afastar a esquerda do poder", já Santana Lopes só viabilizaria um governo do PS "com um acordo escrito" e sem António Costa como líder.
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"Admito um dia conversar sobre o assunto, mas com acordo escrito", asseverou o antigo primeiro-ministro, considerando que "não tem pés nem cabeça" o PSD viabilizar um eventual governo minoritário do PS apenas para honrar o seu passado. Um argumento para o qual Rui Rio tinha resposta pronta: "o que estás aí a dizer é para votarem útil no PS".
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