Antigo primeiro-ministro apresentou a candidatura à liderança do PSD com o lema "Unir o partido, ganhar o país" e exigiu uma "clarificação". Sem referir nomes criticou Rio, Pacheco Pereira e Capucho.
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A sala encheu (cerca de mil pessoas pelos números da organização), e exibiu um fervor emocional ao ouvir o candidato à presidência do PSD, ao ouvir Pedro Santana Lopes dizer que está na corrida para "clarificar", defendendo que os sociais-democratas devem orgulha-se do trabalho de "salvação nacional" feito por Pedro Passos Coelho.
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"Em 2005 disse que ia andar aí e nunca pensei que essas palavras tivessem até hoje tal impacto. Hoje estou aqui, vim para clarificar, porque o PSD precisa disso e Portugal também precisa disso".
Pedro Santa Lopes disse que o PSD " orgulha-se do trabalho de salvação nacional feito pelo Governo de Pedro Passos Coelho" e, num reparo para quem, dentro do PSD, se demarca da gestão anterior, questionou:
"Queremos um partido sem memória?"
Na fase mais crítica da intervenção, Santana Lopes, sem referir nomes, deixou críticas ao adversário Rui Rio, que aceitou um convite da "Animo", do antigo assessor parlamentar do PS António Colaço, para participar num almoço na Associação 25 de abril com a presença do "capitão de Abril" Vasco Lourenço.
Santana, mais uma vez sem citar os nomes de Pacheco Pereira e de António Capucho, por terem, respetivamente, estado em iniciativas ao lado de Mário Soares e da esquerda contra o Governo do PSD-CDS .
E se no lançamento da candidatura, Rui Rio considerou que o PSD "nunca foi um partido de direita", Santana Lopes afirmou que o PSD é "um partido que vai do centro-direita até ao centro-esquerda".
"Francisco Sá Carneiro e Cavaco Silva nunca andaram entretidos com dissertações sobre essa matéria e levaram-nos a vitórias muito importantes. Eu quero fazer o mesmo, não tenho complexos nessas matérias", respondeu questionado pelos jornalistas.
Contra a "frente de esquerda"
Santana Lopes disse que não gosta da expressão "geringonça", para classificar a atual maioria.
"Eu não gosto que lhes chamem geringonça, até porque não sei se já repararam: Eles adotaram o termo, acham que envolve algum carinho, acham que tem um pouco de componente de afetos. Para mim eles são uma frente de esquerda, com comunistas e extrema-esquerda, das quais o PS se aproveita para governar com um programa que não é o seu", disse o candidato, pelo meio de muitos aplausos.
Santana, que falou de improviso, apoiado nalguns apontamentos, disse que "chamá-los de geringonça é o que eles querem, eles gostam".