No dia do Debate Final entre os candidatos à presidência do PSD, reportagem TSF em Santarém, um dos distritos onde Santana Lopes tem mais apoiantes.
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A noite segue o dia. Está frio e vai chovendo amiúde. Em Santarém, os santarenos do PSD são em maioria apoiantes de Santana Lopes. Destacam a liderança, o carisma e a alma de um humanista.
António Campos recebe-me na renovada Associação Empresarial da Região de Santarém (NERSANT). Fica mesmo no centro da cidade gótica, na antiga Escola Prática de Cavalaria, onde um ninho de empresas, a startup, também funciona. Este antigo deputado do PSD começou a carreira política ainda jovem, logo após o 25 de Abril. Numa altura de grande divisão entre direita e esquerda, a escolha nem foi tanto ideológica mas sim pelo carisma de Sá Carneiro. Mas são os mesmos ideais que vê em Santana Lopes.
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Aos 56 anos, o agora empresário, líder da NERSANT, vê Santana Lopes como o líder capaz de transformar o PSD num partido determinado porque, diz, uma oposição forte é bom para o país.
Santana é uma pessoa de afetos que não esquece ninguém, frisa António Campos, recordando o tempo em que foi deputado e em que conviveu de perto com o candidato à liderança. Dá de barato as chamadas trapalhadas porque Santana é uma pessoa genuína e todos temos o direito de errar. Culpa a nossa sociedade, arreigada no cristianismo que prefere encontrar culpados, ao contrário da cultura anglo-saxónica.
Cá fora, no lado quente do Jardim da República, há mais militantes do PSD à minha espera. Na cafetaria, entre duas imperiais, debatem-se as qualidades e o percurso de Santana Lopes. Nuno Fernandes, 48 anos, elogia a obra do candidato, desde a passagem pela secretaria de Estado da Cultura à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Obra feita, experiência, capacidade de liderança. Qualidades para um líder de partido que estes militantes desejam também ver como primeiro-ministro. É nisso que pensam quando escolhem entre Santana e Rio.
Convicto e, salienta, sem bairrismos, António Fernandes afirma que "Santana é um cidadão do mundo e Rui Rio é um cidadão do Porto". Daí a sua escolha clara.
Na mesma mesa, o vereador e ainda presidente da JSD de Santarém, Ricardo Rato, 31 anos, dedicou quase metade da vida ao partido laranja.
Desde a primeira campanha eleitoral que fez, ouvindo Santana Lopes nunca repetir um discurso, que admira a capacidade de comunicação do candidato. Diz ser importante, antes do mais, ter alguém na liderança que saiba passar a mensagem, que cative. E isso, salienta, é inato em Santana Lopes. Diz mesmo não ter encontrado outro político com esta capacidade, por isso, assume "ter ficado órfão" durante anos.
Ricardo Rato luta contra o afastamento dos jovens da política e defende que Santana é o homem certo para voltar a aproximar as pessoas. Não pela simpatia mas sim pelo humanismo e pela alma que sempre sentiu no candidato desde os seus 15 anos, quando entrou para a política como "jota" laranja.
Além do mais, reforça Ricardo Rato, tem maior capacidade para o diálogo, para gerar consensos. Diz que os afetos, tão em voga, não entram nas suas escolhas: "um líder não pode ser sempre simpático".
Ricardo Rato esforça-se por tentar a imparcialidade na análise, afirma que apesar de admirar Santana, nunca esteve embevecido nem com a pessoa nem com o político. E até recorda uma pequena mágoa: Santana esqueceu-se de agradecer aos "jotinhas" que percorreram o país com ele em fevereiro de 2005, quando depois das "trapalhadas" e da dissolução da AR, Santana fez campanha, praticamente sozinho, sem a presença das principais figuras do PSD.
Santana Lopes concorreu várias vezes à liderança do partido, conseguiu ganhar Lisboa depois de ter perdido as eleições no PSD para Durão Barroso, continua "a andar por aí" e não faltará oportunidade de emendar a falha. Quanto aos votos no próximo sábado ninguém pensa que já ganhou, todos acreditam que a luta "vai ser até ao último voto".
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