Santos Silva? Assis fala em "perda" para o Parlamento, mas não traça fim da carreira política
Eleito deputado, Francisco Assis não se vê, pela terceira vez, como presidente do grupo parlamentar do PS.
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O socialista Francisco Assis lamenta que Augusto Santos Silva esteja de saída do Parlamento, fala numa “perda” para o Parlamento, mas rejeita que a vida política do ainda presidente da Assembleia da República tenha chegado ao fim. Apontado à liderança da bancada socialista, o deputado eleito coloca-se de fora da corrida e promete uma oposição ativa.
Francisco Assis esteve ao lado do vice-presidente Paulo Rangel, na apresentação da biografia do antigo ministro Francisco Lucas Pires, e olhando para o social-democrata, aconselhou os "futuros ministros do Governo da Aliança Democrática a lerem pelo menos uma página por dia" da obra.
Em declarações aos jornalistas, as perguntas centraram-se no futuro da oposição, com o PS na liderança, desde logo, com a perda do lugar de Augusto Santos Silva. Francisco lembra que aquele que ainda é a segunda figura da hierarquia do Estado aceitou ser cabeça de lista num círculo "difícil", sem a eleição garantida.
“É uma perda para o Parlamento português. Não é uma perda para a democracia portuguesa porque o professor Augusto Santos Silva vai continuar a intervir e a participar na vida pública, algo que já fazia antes de ser deputado e membro do Governo. Mas queria salientar que o professor Santos Silva aceitou ser candidato em circunstâncias difíceis, num círculo eleitoral complicado. É um gesto de homenagem à democracia”, acrescentou.
Para Francisco Assis, “ser ou não ser deputado não é a questão essencial”, tendo em conta a “personalidade com a dimensão de Augusto Santos Silva que vai continuar a contribuir para o PS e para a vida democrática portuguesa”.
O deputado eleito pelo Porto, que já foi líder parlamentar do PS em duas ocasiões, chegou a ser um dos nomes cogitados para o lugar, para a nova legislatura, mas Francisco Assis afasta-se do provérbio “não há duas sem três”.
“Está fora de caso. Já fui duas vezes líder parlamentar, é coisa que está completamente fora de causa”, disse.
Garante, no entanto, que a oposição do PS será “séria, firme e contundente” para que os portugueses vejam uma alternativa à governação da Aliança Democrática, mas “disponível para dialogar e chegar a alguns consensos”.