Santos Silva considera "absolutamente impossível" entendimento sugerido por Cafôfo na Madeira
O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros diz que "as condições para a agregação de diferentes forças políticas que permitisse tal maioria são difíceis e estranhas"
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O antigo presidente da Assembleia da República Augusto Santos Silva considera que é "absolutamente impossível" que seja alcançado o possível entendimento entre o PS/Madeira e as restantes forças políticas eleitas para a Assembleia Regional para tirar Miguel Albuquerque do governo da Madeira.
"Ao fim ao cabo, é um raciocínio formal. Eu acho que as condições para a agregação de diferentes forças políticas que permitisse tal maioria são tão difíceis e tão estranhas que me parece absolutamente impossível", disse o também ex-ministro dos Negócios Estrangeiros no programa da TSF Não Alinhados.
Santos Silva reconhece que "o PS tem tido enormes dificuldades em penetrar na sociedade civil madeirense", mas também acredita que "a pior coisa que se deve fazer face a estes resultados tão agrestes numa região tão difícil para o Partido Socialista é continuar neste carrossel de liderança".
"Liderança que se afirma, liderança que perde, liderança que cai, liderança se afirma, liderança que perde, liderança que cai que não consegue dispor do tempo necessário para o trabalho paciente que, na minha opinião, tanto quanto consigo alcançar, é necessário fazer", explicou.
O PSD/Madeira, liderado por Miguel Albuquerque, venceu este domingo as eleições regionais sem maioria absoluta. Num círculo único, os social-democratas elegeram 19 deputados, longe dos 24 necessários.
No discurso sobre os resultados, o líder madeirense do PS, Paulo Cafôfo, disse que "é possível uma mudança de governo na Região Autónoma da Madeira", até porque o PS e o JPP juntos têm mais deputados (20) do que o PSD.
"O PS está disposto a encetar um diálogo com os partidos eleitos, excetuando o PSD e o Chega, para que possa virar a página na região", anunciou o líder do PS/Madeira.