Santos Silva está fora da corrida a Belém: "é preciso candidatura agregadora e independente" que ainda está para vir
O ex-presidente da Assembleia da República admite que a sua eventual candidatura presidencial "seria divisiva"
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Está desfeita a dúvida: Augusto Santos Silva não é candidato à Presidência da República, anuncia o próprio esta quarta-feira. Apesar de ter recebido "muitos incentivos", o antigo presidente da Assembleia da República acredita que a sua eventual candidatura "não seria suficientemente abrangente para ser suficientemente forte". E vai mais longe: "Seria divisiva."
Não, não serei candidato
Numa deixa — que tira o tapete a António José Seguro —, Santos Silva considera que há ainda espaço para que uma "personalidade independente" entre na corrida a Belém e apresente uma candidatura "agregadora" de forma a chegar a quem ainda não se sente representado, refere igualmente em entrevista à RTP. Questionado sobre se essa "personalidade" poderá ser António Sampaio da Nóvoa, o também antigo ministro socialista não concretiza.
Contudo, mesmo já tendo arrasado anteriormente, em entrevista à RTP2, as "banalidades" de Seguro, Santos Silva não exclui apoiá-lo numa possível segunda volta presidencial:
Não está fora de hipótese nada, até porque as eleições presidenciais têm, à luz da lei, a possibilidade de haver uma primeira volta e uma segunda volta. Já assistimos no passado, por exemplo, em 1985-1986, em que foi justamente um debate vivo, intenso e até dramático no interior da esquerda, entre Mário Soares, Salgado Zenha e Maria de Lourdes Pintasilgo, que permitiu que, depois, todos estivéssemos unidos no apoio a Mário Soares na segunda volta.
Depois da saída de cena de António Vitorino, o antigo presidente do Parlamento viu-se "obrigado" a uma reflexão, porque, considerou, "as candidaturas até agora formalmente apresentadas não esgotam nem o espaço político, nem as propostas e perfis que devem estar representados nas eleições presidenciais do próximo mês de janeiro".
Na corrida a Belém estão, para já, António José Seguro, Luís Marques Mendes (apoiado pelo PSD), Henrique Gouveia e Melo ou António Filipe (apoiado pelo PCP), entre outros.
