Santos Silva lança António Vitorino para Belém e arrasa “banalidades” de António José Seguro
Santos Silva coloca-se fora da corrida a Presidente da República se António Vitorino avançar
Corpo do artigo
Com a saída de cena de Mário Centeno, perfilam-se dois possíveis candidatos à presidência da república apoiados pelo PS: António José Seguro, que já está na estrada, e António Vitorino que tem sido incentivado a avançar. A preferência do antigo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, recai em Vitorino, embora tenha mostrado disponibilidade para a corrida a Belém, e deixa ainda fortes críticas a Seguro que “se fica pelas banalidades”.
Augusto Santos Silva garante mesmo que não avança com uma candidatura à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa se António Vitorino mostrar disponibilidade para ser o candidato apoiado pelo PS, já que o antigo diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações “cumpre todos os requisitos para ser Presidente da República”.
Em entrevista à RTP 2, na noite da passada sexta-feira, o antigo presidente da Assembleia da República defendeu que o PS deve apoiar um candidato “com experiência” e que consiga captar eleitorado além do espaço político socialista.
“António Vitorino, na minha modesta opinião, cumpre todos os requisitos necessários para ser um bom candidato a Presidente da República. Pela sua experiência, foi deputado, eurodeputado, juiz do Tribunal Constitucional, professor de Direito, Comissário Europeu da Justiça e dos Assuntos Internos, mais recentemente Diretor-Geral da Organização Internacional das Migrações, é atualmente Presidente da Comissão Nacional de Migrações, portanto tem uma vasta experiência interna e internacional.”
António Vitorino tem também um “conhecimento profundo em matérias que têm diretamente a ver com os poderes do Presidente da República”, daí a preferência de Santos Silva. Certo é que, por enquanto, António Vitorino ainda não deu conta da sua decisão, pelo que o também antigo ministro recusa-se, desde já, a colocar-se fora da corrida. Garante, no entanto, que “nunca será candidato contra uma candidatura, eventual candidatura, de António Vitorino”.
O discurso muda de tom quando o possível candidato passa a António José Seguro, que tem tido agenda de pré-candidato a Belém, ao fim de dez anos afastado dos palcos políticos. Na opinião de Augusto Santos Silva, o antigo secretário-geral socialista “fica-se pelas banalidades” e é uma candidatura que “não deve ser equacionada pelo PS”.
Santos Silva insiste que o candidato apoiado pelo PS deve ter experiência, com um perfil que consiga dizer mais do que “banalidades para Presidente da República”: “Não basta dizer uma série de banalidades sobre a necessidade de dialogarmos, de encontrarmos compromissos ou de amarmos o povo para ser um bom candidato, uma boa candidata a Presidente da República.”
Críticas diretas ao antigo secretário-geral do PS, de resto, tem sido esse o registo de António José Seguro, que tem assumido o papel de “moderado”, com apelos ao diálogo entre todas as forças partidárias.