Deputada saiu da coordenação do grupo parlamentar de trabalho sobre Habitação, mas só esta madrugada, por correio eletrónico, soube que a composição do grupo de trabalho tinha sido alterada.
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Depois de ter anunciado que iria deixar a coordenação do grupo de trabalho sobre a Habitação, Helena Roseta desdramatiza a decisão da direção da bancada parlamentar do PS de afastar a deputada do grupo de trabalho.
Ouvida pela TSF, a deputada independente eleita pelas listas do PS adianta que soube da decisão depois de ter recebido, na última madrugada, um e-mail enviado pela direção do grupo parlamentar do PS a todos os deputados. Sobre o facto de não fazer parte da nova composição do grupo de trabalho, considera que faz parte das "regras do jogo".
"Os deputados não se autopropõem para os grupos de trabalho ou para as comissões, são os partidos que os indicam. Eu sou uma deputada independente, portanto, o PS designa quem entende. São as regras do jogo e eu gosto de respeitar as regras do jogo", afirma a deputada, em declarações à TSF.
Sublinhando que não vê as mudanças levadas a cabo pela liderança do grupo parlamentar como qualquer tipo de "retaliação", Helena Roseta garante que está disponível para continuar a colaborar, quer no tema da habitação quer noutras matérias. "Se quisessem fazer [uma retaliação] podiam fazê-la, mas acho que não deve ser lido dessa maneira, porque a minha disponibilidade para continuar a trabalhar é total".
"Como dizia a minha avó, quando se fecha uma porta, abre-se uma janela", remata.
Helena Roseta apresentou, esta terça-feira, a demissão do cargo de coordenadora do grupo parlamentar da Habitação, Reabilitação Urbana e Políticas de Cidades por discordar do adiamento da votação das três propostas relativas às novas regras para habitação, que incluem o arrendamento acessível e redução do IRS para senhorios.
Para o lugar de coordenação do grupo de trabalho, os socialistas indicaram o nome do deputado Hugo Pires, atual secretário nacional do PS para a Organização.
Questionada sobre se a nova coordenação poderá, mais facilmente, alcançar entendimentos com os restantes partidos sobre o pacote legislativo da habitação, Helena Roseta diz que o essencial é que haja vontade política.
"Os entendimentos conseguem-se quando há vontade política de os conseguir e tem de aparecer das várias partes", diz a deputada, que sublinha que houve "vontade política" do PS, mas que os socialistas não entendem o tema da habitação como prioritário.
Ainda assim, e mesmo batendo com a porta e deixando a coordenação do grupo de trabalho, Helena Roseta entende que o episódio não vai deixar marca na relação com a liderança da bancada. "Este episódio dá-me mais força, porque estou a receber muitas mensagens de apoio. A direção continua a contar comigo", conclui.