São João da Madeira vai ter eleições intercalares

A Câmara Municipal de São João da Madeira vai ter eleições intercalares. De acordo com o Jornal de Notícias, que cita a Comissão Nacional de Eleições, a renúncia do presidente do município, Ricardo Figueiredo, e de todos os candidatos da lista do PSD obriga à realização de eleições a meio do mandato autárquico.

Não há ninguém da lista do PSD disposto a entrar no executivo muncipal. Todos renunciaram ao mandato, incluindo os suplentes. Isto depois da demissão do presidente Ricardo Figueiredo, que alegou o bloqueio da oposição ao governo da câmara. O PS, com três vereadores e o Movimento São João da Madeira Sempre, com um vereador, não deixavam passar nenhuma medida.

A formalização da renúncia de Ricardo Figueiredo vai ser feita esta quarta-feira à tarde, durante a reunião do executivo municipal. Ouvido pela TSF, o presidente da Câmara justifica a decisão com a necessidade de "renovar a legitimidade democrática" e, por isso, vai voltar a candidatar-se.

Ricardo Figueiredo diz que a oposição tem bloqueado, nos dois anos de mandato, o desenvolvimento do concelho.

A gota de água foi a recusa de 22 projetos que tinham sido aprovados na Assembleia Municipal. Este chumbo incluía o pedido de um empréstimo de dois milhões de euros para executar os projetos.

Para o vereador socialista Luís Ferreira, o presidente social-democrata está a fugir à governação e nunca procurou "construir os consensos necessários" para uma "gestão de envolvência das várias forças políticas".

Sobre a recandidatura de Ricardo Figueiredo, a oposição diz que o presidente que renuncia perde o direito a encabeçar uma lista. No entanto, a Comissão Nacional de Eleições entende que o social-democrata mantém a capacidade eleitoral intacta.

Enquanto as eleições não se realizam cabe agora ao Ministério da Administração Interna nomear uma Comissão Administrativa da Autarquia. As eleições podem acontecer daqui a dois meses.