O líder do PSD felicita "sobretudo" os portugueses, avisa que é preciso "não repetir erros" e diz que "as coisas não aconteceram de um dia para o outro". CDS quer "subida dos ratings e crescimento"
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O presidente do PSD está "satisfeito" com a recomendação da Comissão Europeia de encerramento do Procedimento por Défice Excessivo (PDE), embora "não subscreva a forma como o Governo lidou com a estratégia orçamenta" e discorde "dos riscos acrescidos" desse caminho.
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Ainda assim, Passos Coelho cumprimenta o Governo atual, sublinhando que "são os portugueses quem estão de parabéns".
"Trata-se de um resultado pelo qual todos devemos cumprimentar o Governo do país que assegurou, na condução da política financeira do Estado, as condições que nos qualificam para esta recomendação da Comissão Europeia", disse, numa declaração de vários minutos, na sede do PSD em Lisboa.
Apesar de dizer que não está à espera de "um auto elogio", o líder social-democrata sublinha que as "as coisas não aconteceram de um dia para o outro".
"Hoje tivemos esta notícia porque houve um caminho realizado que se iniciou em 2011".
Passos Coelho invocou o passado da governação de José Sócrates para lembrar que "não podemos ser complacentes", nem "podemos esquecer que das vezes em que saímos do Procedimento por Défices Excessivos voltamos a entrar no ano seguinte".
"Portugal entrou em défice excessivo em 2002, depois de ter violado a meta do défice desde 2001. Saímos em 2004, depois de esforços significativos e sacrifícios assinaláveis. Porém, voltámos ao Défice Excessivo em 2005, e só em 2008 voltámos a sair. Mas logo no ano seguinte, em 2009, voltámos ao Procedimento por Défice Excessivos, onde temos estado até hoje".
"É preciso que desta vez seja diferente", avisou o presidente do PSD
Num recado para o Governo socialista e para os partidos da esquerda, Passos Coelho alertou que "os resultados que estamos a atingir não devem servir para esboroar uma espécie de leilão eleitoral para ver quem dá mais para o orçamento do próximo ano".
"Até já se fala das folgas no orçamento! Se começamos assim perdemos a oportunidade de fazer diferente", avisou, defendendo, mais uma vez a necessidade de reformas "ao nível da economia e da segurança social" e de "um crescimento sustentado para futuro".
CDS reclama mais mérito do que esquerda e quer subida dos ratings
João Almeida, o porta-voz do CDS-PP defendeu que a saída do procedimento por défice excessivo aconteceu porque o PS manteve "o que vinha de trás", e que deve conseguir agora alcançar a subida dos "ratings' e mais crescimento.
"Este é um momento que possibilitará, a breve prazo, uma série de notícias positivas, como seja a subida nos "ratings', a revisão das metas do crescimento. Não faria sentido que, perante uma oportunidade destas o país não a aproveitasse", defendeu o deputado centrista.
Na leitura de João Almeida, "o dia de hoje é um dia que tem muito mais a ver com os partidos que anteriormente estiveram no Governo do que com o PCP e o BE, como é evidente", sublinhando, no entanto, como ontem tinha feito Assunção Cristas que "o esforço dos portugueses, porque foi isso que permitiu que o objetivo fosse atingido".