De visita a uma escola da Amadora, Passos Coelho identificou o combate ao desemprego e a atração de investimento estrangeiro como prioridades para o desenvolvimento da economia. Na plateia, um dos alunos perguntou se Passos Coelho estivesse a governar, resolvia as desigualdades ou iria aconselhar os jovens a emigrar?
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"Estamos a recuperar da crise e eu, se estivesse no governo, estava a bombar para que a crise ficasse cada vez mais para trás e nós pudéssemos crescer para criar mais ainda oportunidades de emprego para aqueles que ainda não têm", afirmou Passos Coelho, na Escola Secundária Dr. Azevedo Neves, na Amadora.
O antigo primeiro-ministro e recandidato à liderança do PSD passou a manhã com algumas dezenas de alunos, numa sessão sobre as "Desigualdades e Assimetrias entre o Litoral e o Interior", no âmbito do projeto "Parlamento Jovem", onde sublinhou que, para que haja um crescimento da economia, o país deve ter como prioridade a atração de investimento estrangeiro que permita às empresas nacionais combater o desemprego no país.
Passos Coelho salienta, no entanto, que, para além dos números económicos, o país também precisa de concentrar-se "de forma séria" no debate político.
"Muitas vezes, quando assistimos ao debate político, dá impressão que as pessoas estão mais preocupadas em acusar-se e insultar-se do que em dizer como é que se resolvem os problemas. Quando os políticos não sabem como é que se resolve, arranjam uma discussão ao lado para que ninguém esteja a discutir o problema e se distraia com outras coisas. E, assim, falamos da gravata deste, do que disse aqui há dias", disse.
Durante a sessão, Passos Coelho incentivou a jovem audiência a colocar perguntas sobre ao tema das desigualdades entre o interior o litoral do país, e, de microfone em punho, Pedro, um dos alunos, deixou uma questão: "Se vocês estivesse no governo, essas desigualdades finalmente seriam resolvidas ou o senhor iria aconselhar-nos a emigrar mais uma vez?".
Uma questão que motivou algumas gargalhadas por parte dos alunos, mas que, poucos minutos depois, foi esclarecida pelo antigo primeiro-ministro: "Ao contrário do que está muito vulgarizado, eu nunca convidei ninguém para procurar emprego noutros países", garantiu Passos Coelho, dando conta de que o frase que perseguiu o líder do PSD durante grande parte do período governativo foi dita num encontro com professores.
"Os professores que não eram necessários no sistema educativo, das duas uma: ou agarravam outras oportunidades ou outro tipo de intervenções, ou então, querendo permanecer na sua atividade, talvez pudessem olhar para outras economias em que se fala português, como no Brasil, Angola, Moçambique ou Cabo Verde, onde há falta de professores", sublinhou.