"Se fizer, é do interesse nacional." Marcelo admite que Conselho de Estado sobre segurança pode não fazer sentido
"Depois de conhecer os números, depois de saber do debate nos órgãos, nomeadamente do Parlamento, que tem uma palavra a dizer sobre isso, que eu estarei em condições de ponderar se sim ou não faz sentido levar ao Conselho de Estado. Pode ficar esclarecido logo na Assembleia da República", diz o Presidente da República
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, admite que pode não fazer sentido convocar o Conselho de Estado para discutir a segurança em Portugal.
"Aquilo que eu disse foi o seguinte: depois de conhecer os números, depois de saber do debate nos órgãos, nomeadamente do Parlamento, que tem uma palavra a dizer sobre isso, que eu estarei em condições de ponderar se sim ou não faz sentido levar ao Conselho de Estado. Pode ficar esclarecido logo na Assembleia da República. Se vale ou não a pena uma reflexão complementar. Daí por umas semanas ou por um mês ou dois, não pode ser mais tarde, porque depois entra sem período de pré-campanha das locais - têm que ser convocadas dois meses antes de setembro ou princípio de outubro, que estamos no final de julho ou começo de agosto - portanto, se cabe ou não, e faz sentido na altura de discutir o tema. Se fizer sentido, é do interesse nacional", explicou o chefe de Estado aos jornalistas em Campo Maior.
Marcelo Rebelo de Sousa considera que "há dúvidas sobre a questão da segurança e há números contraditórios" e acrescenta: "Nós ouvimos governantes, autarcas e políticos partidários dizer uma coisa e outra. Ficamos sem saber quem é que tem razão, provavelmente têm todos razão. Estão a falar de coisas diferentes."
"Para saber a situação que se vive, que se viveu no ano de 2024, temos de esperar pelo dia, acho que é 28 de março, em que no Conselho Superior de Segurança Interna é discutido o relatório de segurança interna. Depois vai para o Parlamento. Será discutido no Parlamento", acrescenta o Presidente da República.
O Presidente da República anunciou esta quinta-feira que tenciona vir a convocar uma reunião do Conselho de Estado sobre segurança, como pediu o presidente do Chega, André Ventura, após a divulgação do Relatório Anual de Segurança Interna.
Em declarações à comunicação social, na Culturgest, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que "soube hoje que o Relatório de Segurança Interna vai ser divulgado, entregue na Assembleia da República no final de março, com dados que são importantes, dados definitivos sobre matéria de segurança".
"E, portanto, vou esperar pelo final de março para, perante os dados definitivos do Relatório de Segurança Interna, depois examinar as datas e ponderar qual é a melhor data para vir a convocar um Conselho de Estado", acrescentou.