Contestações não vão prejudicar os socialistas nas urnas, considera Carlos César. Para Luís Montenegro, tudo começou com um crime. "Um crime político".
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Carlos César entende que as várias greves em curso não deverão ter efeito eleitoral, mas se tiverem será um efeito positivo para os socialistas.
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"A haver alguma influência só poderia ser positiva na votação do PS", disse o socialista no programa da TSF "Almoços Grátis".
Para Luís Montenegro, toda esta contestação social parte de um "crime politico, económico e social": a redução do horário de trabalho na administração pública das 40 para as 35 horas, revertendo uma das medidas do anterior governo.
"É um bom exemplo para os portugueses, agora que estamos a iniciar um ano eleitoral, refletirem sobre a bondade das propostas políticas. Aquilo que às vezes é aparentemente melhor porque dá mais rendimentos e benesses se calhar tem um preço que ultrapassa o que estamos a receber."
A redução do horário de trabalho "teve um custo económico brutal, teve um custo no funcionamento dos serviços brutal", considera. E é o que têm em comum todos os setores em greve - enfermeiros, juízes, funcionários judiciais, guardas prisionais ou professores, que depois do "entusiasmo de 2015" foram "colecionando expectativas".
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Para além de meios, Luís Montenegro considera que falta ao Governo "capacidade negocial". Se "tivesse mais humildade e reconhecesse que há problemas ganharia mais espaço para solicitar a estes agentes que limitassem o nível do protesto", diz.
O antigo líder parlamentar do PSD diz que "o Governo está a colher as tempestades dos ventos que semeou".
"Plantou uma ideia de sucesso, de resultados extraordinários, de uma situação económica e social extraordinária e agora Carlos César fala em gradualidade, em que não se pode dar tudo a todos."
"Nunca dissemos que faríamos tudo de uma vez", responde Carlos César. "Não é algo que faz sentido e que alguém pudesse dizer no seu perfeito juízo."
"Os ventos que nós semeamos são bons ventos, trouxeram muitos benefícios a muitos setores", defende.
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Com Anselmo Crespo e Nuno Domingues