"Se houver crescimento económico, há margem para investir na Defesa e melhorar o Estado Social"
O tema subiu a debate no Fórum TSF desta quinta-feira. PS, Chega e IL mostraram-se disponíveis para chegar a um consenso, mas o BE, PCP e Livre discordaram
Corpo do artigo
O ministro dos Negócios Estrangeiros acredita que é possível conciliar o aumento dos gastos em Defesa para os 2% do Produto Interno Bruno (PIB), sem colocar em causa o Estado Social. No Fórum TSF desta sexta-feira, o PS, o Chega e a IL mostraram-se disponíveis para chegar a um consenso, mas o BE, o PCP e o Livre discordaram.
"Este Governo aumentou 17 carreiras, dos polícias, professores, guardas prisionais... O nosso primeiro investimento em Defesa foi melhorar a condição militar, para que exista atratividade, e isto foi perfeitamente possível e compatível com o superávit de 0,7%", começou por defender Paulo Rangel.
"Temos de ter políticas de crescimento. Se houver crescimento económico, há margem para investir na Defesa e melhorar o Estado Social", acrescentou.
Em causa está a antecipação do gasto de 2% do PIB com a Defesa, inicialmente previsto pelo Governo de Luís Montenegro para 2029. O primeiro-ministro em gestão não indica, no entanto, uma data e insiste que este é um assunto que requer um consenso político alargado.
Pelo PS, não há qualquer problema e, defende o deputado António Mendonça Mendes, o investimento em Defesa não significa “apenas e essencialmente uma despesa em armamento”.
“É uma oportunidade de empregos e riqueza, para preservar a paz no continente europeu”, afirma.
Também o Chega está disponível para chegar a um consenso, até porque "se está muito abaixo do necessário", nota Pedro Pessanha.
O deputado da IL André Abrantes Amaral recupera esta ideia do tempo, considerando: “Temos um esforço maior do que outros Estados europeus.”
“Logo que os Estados Unidos disseram que os parceiros da NATO tinham de chegar aos 2%, eles conseguiram sem grandes esforços e sem retirar verbas a serviços públicos essenciais”, diz.
Já os bloquistas recusam aumentar “a despesa em armas” e defendem que os recursos devem ser mobilizados, por exemplo, para o Serviço Nacional de Saúde.
“Não faz falta aumentar a despesa em armas. Não nenhum sentido”, insiste Fabian Figueiredo.
O PCP e o Livre partilham da mesma posição. Para o deputado António Filipe, não é possível investir sem colocar em causa o Estado Social, até porque “o dinheiro que se gastar em equipamentos militares tem de se pagar”, sublinha.
“Todo este esforço de investimento não pode ser feito à custa da classe média e dos mais pobres”, conclui Jorge Pinto, do Livre.
