Num discurso que teve como alvo principal a "geringonça", Alberto João Jardim, que diz que em pouco tempo estará de "bengala", pediu a união dos social-democratas em torno de Rui Rio.
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-"E que mensagem é que vai levar ao Congresso, quer falar no Congresso?"
- "Não posso falar porque, primeiro não estou para falar às 3 horas da manhã...Só tenho direito a três minutos e três minutos dão para desejar boas-festas já para o ano que vem. Vou até lá, se me arranjarem um cantinho para falar ainda falo, mas vou lá ver os velhos amigos.
- "Se puder falar o que é que vai dizer ao Congresso?"
- "Se eu falar desejo-lhe uma boa audição".
Na entrevista dada à TSF, em vésperas do Congresso do PSD, Alberto João Jardim aconselhava "uma boa audição" a quem perguntava o que iria dizer aos militantes social-democratas, e, perante militantes e algumas das mais altas figuras do partido, o antigo presidente do Governo Regional da Madeira disse alto e em bom som que, apesar de aparentemente afastado, estará pronto para qualquer "puxão de orelhas" que entenda necessário.
"Já tenho idade para daqui a uns dias andar de bengala e, se as senhoras e os senhores não se unirem e continuarem a fazer disto uma guerra de alecrim e manjerona, eu vou ter de vir aqui de bengala e dar umas bengaladas nos meninos malcomportados", disse, já no final de uma intervenção em que desejou "felicidades" a Rui Rio.
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A propósito do futuro dos social-democratas, Alberto João Jardim deixou ainda críticas à atual solução governativa, considerando a "geringonça" como "do mais conservador e reacionário em Portugal". Quanto ao PS, "ou converge ou não converge nos objetivos de mudar Portugal", diz, e, caso não seja esse o cenário, o social-democrata entende que o papel do PSD é "explicar aos portugueses quais vão ser as consequências para os portugueses"
Num discurso que, tal como era esperado, teve algumas pinceladas humorísticas, Alberto João Jardim afirmou ainda que "por respeito a cada um de nós, por respeito aos portugueses", o PSD tem de lutar até conseguir "cumprir o sonho de Francisco Sá Carneiro: uma maioria e um presidente que não seja situacionista, mas que seja um presidente capaz de, em Portugal, fazer um referendo sobre a Constituição".
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Muito aplaudido, no Centro de Congressos de Lisboa, Jardim gritou "PSD! PSD! PSD!" e, acompanhado pela audiência, ressalvou: "Guardem o resto para quando ganharmos as eleições".