Associação Portuguesa de Seguradores diz que vai haver reforço e alargamento do fundo solidário criado após Pedrógão Grande. Governo sublinha que apoios para habitações e empresas são "supletivos".
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A Associação Portuguesa de Seguradores afirmou, esta segunda-feira, depois de um encontro com o Governo, que vai alargar o fundo solidário que foi criado no âmbito dos incêndios de Pedrógão Grande, para que chegue àqueles que foram afetados pelos incêndios de 15 e 16 de outubro.
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"O fundo [solidário] foi constituído com dois milhões e meio de euros, mas prevemos que vamos ter de reforçar, para já, com mais um milhão. O montante final vai depender ainda do número de vítimas mortais, que está identificado, e do número de feridos graves e muito graves que ainda não está balizado", disse, no final da reunião com o primeiro-ministro e o ministro do Planeamento e Infraestruturas, o presidente da Associação Portuguesa de Seguradores.
Segundo João Galamba de Oliveira, o valor final do apoio ainda não está contabilizado, contudo, garante, "vão existir os capitais necessários" para apoiar de forma rápida os feridos e os familiares dos que perderam a vida nos incêndios.
"A nossa experiência de Pedrógão Grande diz-nos que conseguimos acudir à grande maioria dos casos no prazo de oito semanas", diz, o presidente da associação, que salienta que "estão no terreno desde segunda-feira da semana passada as equipas multidisciplinares de peritos que estão a analisar os danos para que os seguros possam ser acionados de uma forma imediata".
Centenas de milhões de euros de indemnizações e o apoio "supletivo" do Estado
De acordo com João Galamba de Oliveira, no que diz respeito aos montantes globais de indemnizações que decorrem de seguros relacionados com habitações, empresas, trabalho ou, por exemplo, automóveis, podem ascender às "centenas de milhões de euros".
Pelo Governo, Pedro Marques, ministro do Planeamento e Infraestruturas, sublinha que antes de recorrerem aos apoios por parte do estado, todos devem acionar os seguros já contratualizados.
"É absolutamente necessário coordenar o esforço. Os apoios do lado dos seguros relativos à parte da habitação e das empresas têm de chegar primeiro, sendo os do Estado supletivos", diz Pedro Marques, que lembra, no entanto, que os incêndios ocorridos têm um "caráter extraordinário" e que, em muitos casos, tendo em conta a "natureza da propriedade" de cada um, é "admissível" que muitas das habitações e das empresas não tenham seguros.
Aos jornalistas, após a reunião, o governante disse ainda que é importante que setor dos seguros e o Estado "troquem informações dentro do enquadramento legal" para que seja melhorada a eficiência das ajudas e para que não exista "duplicação de apoios".
Segundo Pedro Marques, até ao momento, e de acordo com os dados mais recentes do "levantamento provisório", os incêndios de 15 e 16 de outubro provocaram danos totais ou parciais em cerca de 500 habitações e perto de 300 empresas.