Seguro sugere fim da votação do Orçamento do Estado para permitir estabilidade política
O putativo candidato a Presidente da República quer "introduzir algumas regras institucionais" para a governabilidade do país
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Na pele de pré-candidato a Presidente da República, António José Seguro quer passar a imagem de que será o "garante da estabilidade". Depois de ter defendido compromisso entre os partidos, para evitar "governos de turno", António José Seguro sugere que os Orçamentos do Estado não sejam votados, mas apenas apresentados na Assembleia da República. De resto, como acontece com os programas de Governo, no início das legislaturas.
Num debate na Sedes, liderada pelo apoiante de longa data Álvaro Beleza, o antigo líder do PS e possível candidato a Presidente da República lançou a sugestão para impedir a instabilidade política em caso de chumbo do Orçamento do Estado, que já levou à queda de António Costa, em 2020, e marcou o debate político nos últimos meses.
“É apenas uma sugestão: teríamos sempre um Orçamento. O Governo apresenta um Orçamento e ele só seria derrotado, só seria chumbado, se o Parlamento aprovasse um outro orçamento. O que é que significaria? Se se aprovasse um outro orçamento, tinha uma nova maioria política e, portanto, poderia governar”, sugere.
A ideia, mais abrangente, é “introduzir algumas regras institucionais”, de futuro, e Seguro lembra que “não se sabe quem é que vai beneficiar com elas”.
António José Seguro afirma-se como "social-democrata", mas admite que "a social-democracia está morta nas suas propostas", pelo que deve reinventar-se. Até porque "o futuro não será igual ao passado".
Tal como está, o antigo líder do PS entende que "o financiamento do estado social vai dar asneira" e defende que os apoios sociais devem ser "transitórios" para impedir que as pessoas "estejam de mão estendida".
“O apoio social, se for permanente, é um estigma, é uma habituação. Ora, os apoios sociais devem ser apoios transitórios para que as pessoas se emancipem, tenham autonomia, possam seguir a sua vida, sejam livres, sejam autónomos, não estejam de mão estendida”, acrescentou.
António José Seguro tem agora uma agenda de pré-candidato ao Palácio de Belém, depois de dez anos afastado da vida política, após a derrota com António Costa para a liderança do PS.