Votação termina às 23h59 deste domingo e resultados só devem ser conhecidos esta segunda-feira pela manhã. Rui Tavares é um dos candidatos, mas há um total de 25 figuras que querem representar o país e o partido lá fora.
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Nasceu no início de 2014 e logo se preparou para participar nas eleições europeias desse ano, mas não conseguiu eleger qualquer eurodeputado. Agora, em 2019 - e depois da desilusão nas eleições legislativas de 2015, em que também não conseguiu colocar qualquer deputado na Assembleia da República -, o partido Livre volta a tentar a eleição para o Parlamento Europeu e elege, este domingo, os candidatos que quer ver a representar o partido e os portugueses.
Mas, como em quase tudo nos processos do partido Livre, também a escolha dos candidatos ao Parlamento Europeu é repleta de particularidades. No total, 25 candidatos vão a votos numas eleições em que podem votar, além de todos os membros e apoiantes do Livre, os cidadãos que tenham declarado "concordar com os princípios e valores" do partido. Tudo isto num dia em que, como explica Pedro Nunes Rodrigues, da direção do LIVRE, também são escolhidos alguns dos candidatos para os círculos eleitorais de Lisboa, Porto e Setúbal para as eleições legislativas.
"Nós hoje escolhemos a ordenação da lista das europeias e escolhemos também os cabeças-de-lista para Lisboa, Porto e Setúbal, através de uma votação de modo preferencial, ou seja, no caso das europeias, dos 25 candidatos que se apresentaram eu escolho três e ordeno quem quero em primeiro, segundo e terceiro lugares", diz à TSF o dirigente.
A votação começou à meia-noite deste domingo e termina às 23h59. Quanto ao método de votação é apenas eletrónico. Uma decisão que também tem que ver com a pouca capilaridade do partido.
"Decidimos que esta eleição iria ser totalmente eletrónica, porque muitos dos nosso membros, apoiantes ou votantes não são de grandes centros urbanos e era difícil manter urnas de voto abertas em tantos locais", afirma Pedro Nunes Rodrigues, que, sem revelar qual o número total de votantes, adianta que até ao meio-dia deste domingo tinha votado "cerca de 15 por cento do universo de votantes".
"Não me parece que estejamos muito atrasados, mas, como a votação está aberta até ao final do dia, esperamos que aumente este número de votantes", sublinha o dirigente, que salienta ainda o facto de este modo de eleição ser "único" em Portugal. "Pelo menos até agora não há nenhum partido que faça primárias abertas da forma como o Livre faz, em que qualquer pessoa se pode candidatar. E, depois, de forma totalmente eletrónica", acrescenta.
Outra das particularidades nesta eleição é que, tal como acontece, por exemplo, na lista do PS para o Parlamento Europeu, também no Livre a lista será paritária, sendo que "a cada dois lugares haverá sempre a eleição de pessoas de dois géneros diferentes".
Os números destas primárias abertas só devem ser revelados esta segunda-feira pela manhã. Em 2014, no primeiro ato eleitoral em que o Livre participou, Rui Tavares - que é de novo candidato - foi o cabeça-de-lista do partido às eleições às europeias. Nesse ano, o Livre teve cerca de 71 mil votos e 2,18% da votação, mas não elegeu qualquer eurodeputado.
No início do mês, o Livre aprovou, em congresso, o programa que apresenta às eleições para o Parlamento Europeu e no qual prevê um "novo pacto" para uma Europa "mais democrática" e direitos laborais reforçados.