Manuel Alegre considera que Mário Soares "não desaparece", porque ficará na memória de todos os que prezam os valores da liberdade, democracia, justiça social e tolerância.
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"Ele [Mário Soares] não desaparece, ele fica na memória, na nossa e na memória do povo português e de todos aqueles que prezam os valores que ele ajudou a implantar no país, a liberdade, a democracia, a justiça social e a tolerância, afirmou Manuel Alegre, em declarações aos jornalistas à saída do Mosteiro dos Jerónimos, onde pelas 13h00 chegou o corpo de Mário Soares.
Sublinhando que nunca se está preparado para o desaparecimento de "alguém que nos é querido", o histórico socialista disse que a morte de Mário Soares representa o fechar de um ciclo, mas também o início de outro, porque "os horizontes da liberdade são horizontes abertos".
Manuel Alegre referiu ainda a necessidade de transmitir a memória de Mário Soares, porque os mais jovens nunca viram o antigo Presidente da República "na plenitude da sua atividade política".
"É preciso contar-lhes o que foi a sua luta pela resistência, as prisões que sofreu, a deportação a que foi sujeito por ordem de Salazar, o exílio, depois o regresso, os combates que travou aqui para defender de novo a liberdade. Toda a vida dele que foi uma vida de combate, de grande combate, grande determinação e sobretudo coragem", disse, acrescentando que o legado de Mário Soares se confunde com a história da luta pela democracia e com a história do PS.
"Fomos amigos, como irmãos até ao fim. Às vezes entre irmãos há sarilhos que depois se resolvem", referiu Manuel Alegre, que assistiu à chegada da urna aos Jerónimos acompanhado pelo presidente do PS, Carlos César, e pelo deputado Miranda Calha.