O ministro dos Negócios Estrangeiros deixou um apelo no Congresso do Partido Socialista Europeu, em Lisboa, para que todos lutem contra fenómenos como a xenofobia e o populismo.
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Augusto Santos Silva defende que os socialistas europeus não podem ser "ambíguos" com regimes totalitários, quer estes se posicionem mais à esquerda ou mais à direita do espetro político.
O ministro dos Negócios Estrangeiros participou, esta sexta-feira, num debate durante o Congresso do Partido Socialista Europeu, em Lisboa, onde sublinhou que não pode haver ambiguidades na luta contra fenómenos como o populismo ou a xenofobia.
"Temos de lutar contra o autoritarismo e não podemos ser ambíguos face a regimes autoritários, sejam de direita ou de esquerda, e sejam eles europeus, latino-americanos ou asiáticos", afirmou, acrescentando que os cidadãos europeus têm de mostrar uma posição de demarcação face à "ortodoxia neoliberal" que existe "quer dentro da União Europeia, quer fora da União Europeia".
Segundo Santos Silva, é preciso ser claro na forma de rejeitar determinadas correntes: "Temos de compreender, todos nós, que xenofobia, populismo, anti-imigração, não são compatíveis com os valores social-democratas, e temos de o dizer de forma clara", insistiu o ministro.
"Não é legítimo que social-democratas possam ser ambíguos no combate contra a xenofobia, o populismo e os nacionalismos", disse ainda Augusto Santos Silva, numa curta intervenção em que defendeu ainda que os socialistas também devem estar na linha da frente em temas como o combate às alterações climáticas, o desenvolvimento sustentável ou as migrações.
O Congresso do Partido Socialista Europeu termina este sábado com a previsível aclamação do holandês Frans Timmermans como candidato socialista a presidente da Comissão Europeia.
Será também no segundo dia do congresso que o primeiro-ministro, António Costa, falará aos congressistas, numa reunião magna que serve de base ao manifesto dos socialistas nas eleições europeias de maio do próximo ano.