António Costa rejeita a ideia de que o Partido Socialista seja mais próximo de Tomás Correia. Lembra, aliás, que em todas as listas à Mutualista estavam militantes socialistas.
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Em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo, o primeiro-ministro sublinha que, agora que a lei está clarificada, espera celeridade na avaliação da idoneidade de Tomás Correia.
A lei sobre quem é que tinha capacidade para avaliar a idoneidade de Tomás Correia foi clarificada. O que lhe pergunto é: espera uma atuação célere em relação a este caso?
Com certeza. Nós sempre dissemos que não tínhamos dúvidas sobre o que a Lei dizia, mas procedemos à interpretação autêntica da Lei e, portanto, agora esperamos que a ASF faça aquilo que, inequivocamente, tem o dever de fazer. E, portanto, o faça, tão mais brevemente quanto possível porque é uma instituição muito importante, não só no sistema financeiro, mas para a nossa economia social. O bom nome das pessoas é também relevante e, portanto, acho que é essencial que todas as dúvidas que existam sejam rapidamente esclarecidas para prestígio dos próprios e para defesa do bom nome das instituições.
E concorda com as críticas sobre a promiscuidade, alguma promiscuidade política que existe no caso do Montepio e da Associação Mutualista? Por exemplo, incomoda-o ver lá camaradas seus? Do partido?
Eu, tanto quanto segui esse assunto, e foi muito à distância, verifiquei que havia militantes do PS em todas as listas candidatas ao Montepio. O PS não tem propriamente uma política no que se refere ao Montepio, nem põe disciplina aos seus militantes sobre em que listas devem participar. Das várias listas que vi não me lembro de nenhuma onde não houvesse militantes do PS.
É verdade. Também há militantes do PSD. A questão é aqui: é se percebe e se também entende que continua a haver alguma promiscuidade entre, neste caso, o setor financeiro e o poder político.
Eu, aliás, acho muito interessante essa ideia de que há relações entre o PS e a banca, que aliás seria uma originalidade internacional. Mas, efetivamente, basta ver quem são os banqueiros e qual é o percurso profissional dos políticos que estão nos Governos do PS e nos Governos do PSD e do CDS para ver quem tem relações com o sistema financeiro. Olhe, uma coisa lhe posso garantir: é que nenhum dos meus ministros ou ministras é casado com um banco.
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