Para o Presidente da República, os poderes públicos têm de redobrar a atenção sobre os impactos das novas tecnologias na economia e na sociedade. Cavaco Silva pede políticas que gerem "confiança nos cidadãos" e salienta que o avanço das tecnologias não pode deixar para trás o "reforço da coesão social.
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"Quando tudo se torna digital, as instituições tornam-se mais dependentes dos sistemas de informação e das redes digitais de informação e, por essa via, mais vulneráveis à ação criminosa de indivíduos solitários ou de organizações, ao ativismo político subversivo, aos conflitos entre Estados soberanos", sublinhou o Presidente da República na sessão de abertura do 25º Congresso das Comunicações.
Num discurso, em que abordou conceitos como a privacidade, a prosperidade e a segurança, Cavaco Silva defendeu que a inovação tecnológica não traz apenas benefícios e que é preciso "ter presente o preço da inovação e a relação entre custos e benefícios que esta nos apresenta num mundo globalizado".
"Nesta fase crítica da evolução da Europa, onde os riscos se acumulam e a incerteza cresce, são necessárias políticas que interpretem o novo modelo tecnológico e económico e que gerem confiança nos cidadãos", acrescentou o chefe de Estado durante o discurso, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, em que definiu a segurança digital como uma "questão política e de regulação".
Nesse sentido, Cavaco Silva considera que se exige aos poderes públicos "especial sensibilidade" para os novos desafios e na sequência do impacto das tecnologias na economia e na sociedade.
O presidente defende ainda como fundamental a criação de "condições para que os poderes de regulação sejam eficazes" e levem a uma "compatibilização entre a modernização do sistema produtivo, a estabilização do sistema financeiro e o reforço da coesão social".